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Cotidiano Segunda-feira, 10 de Agosto de 2020, 12:35 - A | A

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Como manter a saúde mental das crianças sem aulas presenciais desde março?

Pais encontram dificuldade em manter os filhos tranquilos em casa durante isolamento social

Da Redação
Capital News

Ivan Aleksic/Unsplash

Como manter a saúde mental das crianças sem aulas presenciais desde março?

Aulas seguem suspensas até setembro

As carteiras seguem vazias, os corredores silenciosos e os quadros em branco. Essa é a realidade das escolas públicas e particulares espalhadas pelo país desde março, quando iniciou a pandemia no Brasil. Em contrapartida, os pais enfrentam desafios para lidar com o estresse dos filhos e executar as atividades propostas de casa.

Em Campo Grande, as aulas continuam suspensas até 7 de setembro, com chances da paralisação de ser prorrogada por mais tempo. Isso vai depender de como estará a disseminação do coronavírus naquele mês. A preocupação já não é mais tanto com o ano letivo quanto com os impactos emocionais que isso gera nos pequenos.

Da mesma forma que os adultos enfrentam os desafios do isolamento social, as crianças também são atingidas pelo tédio, ansiedade e tristeza. E os pais, pegos de surpresa, não estavam preparados para ajudar os filhos a enfrentarem esse período de maneira saudável.

A psicóloga infantil do Guia de Bem Estar, Sofia Vargas, explica que “as crianças precisam de rotina, acolhimento e esclarecimento lúdico sobre o que está acontecendo. Além disso, passar mais tempo em família é essencial para que eles consigam lidar com o estresse emocional”.

Com a falta de compromissos, os pais acabaram alterando a rotina dos filhos e esse pode ser um dos motivos de estresse para os pequenos. Quando frequentam a escola, as crianças possuem horários estabelecidos para diversas atividades do dia e essa mudança brusca impacta diretamente no bem-estar deles. Adaptação e flexibilização é importante, mas ceder aos lanches fora de hora e excessos de tela causam não só impactos emocionais, como físicos.

Portanto, mesmo que adaptada, pré estabeleça horários para acordar, dormir, tomar banho, fazer as refeições e atividades escolares. A criança funciona melhor tendo previsibilidade dos acontecimentos ao longo do dia e essa organização é fundamental para reduzir a ansiedade.

Além disso, separe um momento do dia para diversão em família. Com tempo escasso e tantos afazeres domésticos acumulados, pode ser desafiador separar mesmo 30 minutos. Porém, com organização é possível incluir um momento para brincar com os filhos e os benefícios serão percebidos em pouco tempo. “Os pais não precisam criar atividades mirabolantes, a criança tem imaginação para garantir diversão por horas”, segundo Vargas.

Basta sentar com os pequenos e entrar no mundo da imaginação deles, mas é importante dizer não para outras distrações e focar totalmente na criança. “Utilize os recursos e brinquedos vocês tenham em casa, conte uma história, usem jogos de tabuleiro, façam uma sequência de exercícios ou preparem refeições juntos. Alternativas simples não faltam mesmo na correria do dia a dia familiar”, acrescenta a especialista.

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