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Doutorados indígenas

Dois doutorandos indígenas de Mato Grosso do Sul embarcam para intercâmbio acadêmico na França

Doutorados indígenas, incluindo dois de MS, embarcam para um intercâmbio que ampliará suas pesquisas e fortalecerá a presença indígena no cenário acadêmico internacional

Fernanda Oliveira
Capital News

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dois doutorandos indígenas de Mato Grosso do Sul embarcam para intercâmbio acadêmico na França

Dourados (MS), 29/08/2024 - Projeto Guata: Oito doutorandos indígenas farão intercâmbio na França. Professores da Universidade Paris 8 visitam a Reserva indígena de Douradas.

Guatá, que na língua guarani significa viajar ou se movimentar, ganha um novo significado em setembro para oito doutorandos indígenas brasileiros, que cruzarão o oceano para um intercâmbio acadêmico na França. Este grupo diversificado inclui dois guarani (nhãndeva e kaiowá), dois terenas, e membros dos povos pipipã, xokleng, tupinambá de Olivença e trumai, e passará de seis a dez meses em universidades francesas.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dois doutorandos indígenas de Mato Grosso do Sul embarcam para intercâmbio acadêmico na França

A estudante guarani kaiowá Maristela Aquino, de 44 anos, contemplada pelo Projeto Guatá, em visita à aldeia Guapoi Miri, nas cercanias da reserva indígena de Dourados

Segundo a Agência Brasil, entre os participantes, Maristela Aquino, uma guarani nhãndeva de 44 anos, residente em Dourados (MS), destaca-se pelo seu esforço acadêmico. Fluente em guarani e português, Maristela enfrentou grandes desafios para alcançar sua formação em pedagogia e, posteriormente, um mestrado em antropologia na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Seu trabalho acadêmico foca na utilização de sementes crioulas para garantir a segurança alimentar nas comunidades guarani, e seu doutorado na mesma instituição reflete seu comprometimento com a melhoria das condições de vida de seu povo.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dois doutorandos indígenas de Mato Grosso do Sul embarcam para intercâmbio acadêmico na França

O doutorando Idjahure Kadiwel, de 34 anos, contemplado com o projeto Guatá, de intercâmbio do governo francês, na casa da sua avó, Margarida Terena, em Campo Grande

O doutorando Idjahure Kadiwel, de 34 anos, tem uma trajetória distinta. Nascido no Rio de Janeiro e filho do ator indígena Mac Suara Kadiwel, Idjahure decidiu se reconectar com suas raízes terena e kadiwéu aos 18 anos, mudando-se para Mato Grosso do Sul. Seu objetivo no intercâmbio é avançar em sua tese, escrever artigos em francês e proporcionar uma visão mais profunda da realidade indígena brasileira aos pesquisadores europeus.

Durante o intercâmbio, os doutorandos contarão com o suporte de um professor supervisor fluente em português ou espanhol e receberão uma bolsa mensal de 1.700 euros, além da passagem aérea. Para se prepararem para o programa, as universidades brasileiras oferecerão cursos básicos de francês, complementados por aulas no país europeu.

Este intercâmbio representa não apenas uma oportunidade acadêmica para os indígenas, mas também um passo significativo na ampliação do diálogo intercultural e no fortalecimento da presença indígena nas esferas acadêmicas internacionais.

Álbum de fotos

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dourados (MS), 29/08/2024 - Projeto Guata: Oito doutorandos indígenas farão intercâmbio na França. A adida para Ciência e Tecnologia do Consulado da França em São Paulo, Nadège Mézié, explica como o programa Guatá funciona

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dourados (MS), 29/08/2024 - Projeto Guata: Oito doutorandos indígenas farão intercâmbio na França. A estudante guarani kaiowá Maristela Aquino, de 44 anos, contemplada pelo Projeto Guatá, com o passaporte, na Faculdade Indigena da UFGD, em Dourados(MS)

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