O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) intensifica seus esforços na preservação da biodiversidade ao participar de duas grandes estratégias nacionais voltadas para a conservação da onça-pintada. As ações, como o Plano de Ação Nacional dos Grandes Felinos e o Grupo de Trabalho Coexistência Humano-Onça no Pantanal, visam proteger o maior felino das Américas, promovendo um equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico sustentável. Com o apoio de parceiros como General Motors, Brazil Foundation e WWF, essas iniciativas buscam garantir a sobrevivência da espécie, impulsionar a produção sustentável e fomentar o ecoturismo na região pantaneira.
A onça-pintada, considerada um bioindicador crucial para a saúde dos ecossistemas, está ameaçada de extinção devido a fatores como perda de habitat, caça ilegal e atropelamentos. O médico-veterinário Diego Viana, pesquisador do IHP, ressalta a relevância da espécie: “Por estar no topo da cadeia alimentar, ela impacta mais de uma centena de outras espécies. Contudo, enfrenta ameaças como perda de habitat, caça ilegal e atropelamentos.”
Em reuniões recentes do Plano de Ação Nacional (PAN), que reúne 60 instituições, o IHP participou da definição de prioridades para a conservação da onça-pintada e da onça-parda. Segundo Diego Viana, a iniciativa busca soluções respaldadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática.
Outro esforço importante é o Grupo de Trabalho Coexistência Humano-Onça no Pantanal, que reúne 13 instituições para harmonizar a convivência entre a fauna local e as atividades humanas. Grasiela Porfírio, coordenadora de projetos no IHP, destaca que essa iniciativa busca promover a coexistência entre a espécie e as comunidades produtivas, respeitando a cultura local.
O monitoramento ambiental é uma das principais frentes do IHP. Na Serra do Amolar e na BR-262, entre Corumbá e Miranda, são realizadas ações para avaliar o impacto de medidas de mitigação e monitorar a presença de onças-pintadas e outras espécies. Projetos inovadores, como o REDD+ Serra do Amolar, voltado para créditos de carbono, e o Créditos de Biodiversidade Serra do Amolar, em fase de certificação, também atuam para garantir a conservação ambiental e a remuneração sustentável por meio de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
A coexistência entre as onças-pintadas e as comunidades tradicionais do Pantanal também abre portas para o ecoturismo, uma atividade que pode gerar renda e, ao mesmo tempo, financiar ações de preservação. No Pantanal, a observação de animais é uma importante fonte de recursos para a cadeia do turismo sustentável.
Com mais de duas décadas de atuação, o Instituto Homem Pantaneiro promove a conservação do Pantanal e de sua biodiversidade. Entre seus programas estão a gestão de áreas protegidas, pesquisas científicas e iniciativas como Felinos Pantaneiros e Rede Amolar, que reforçam a importância da preservação ambiental aliada ao desenvolvimento sustentável. Mais informações podem ser acessadas no site institutohomempantaneiro.org.br.