Em Mato Grosso do Sul, a qualidade do ar tem sido afetada por fatores como queimadas, incêndios florestais e o crescimento da frota veicular, o que resulta na emissão de poluentes atmosféricos. Isso tem gerado uma exposição humana constante, afetando a saúde da população e sobrecarregando o Sistema Único de Saúde (SUS). A demanda por atendimentos médicos tem aumentado, especialmente na Atenção Básica à Saúde.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, analisados pelo programa Vigiar, mostram um aumento nos atendimentos por doenças respiratórias em 2024. Os casos de asma cresceram 13% em relação ao ano anterior, e os atendimentos para bronquite subiram 7%. Embora as internações hospitalares não tenham tido um aumento significativo, os serviços de saúde básica têm enfrentado uma crescente demanda devido à poluição do ar, especialmente no período de queimadas.
As cidades de Corumbá, Aquidauana, Porto Murtinho, Miranda e Naviraí foram as mais afetadas pelas queimadas e poluição atmosférica em 2024, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A poluição do ar pode gerar problemas respiratórios, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e agravar condições oftálmicas, dermatológicas e de saúde mental, como estresse e ansiedade.
A população mais vulnerável, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades, está mais suscetível aos efeitos negativos da poluição. O programa Vigiar tem sido essencial para monitorar a situação e fornecer respostas rápidas. A gerente do programa, Lígia Lechner da Silva Domingos, destaca a importância da estratégia Unidade Sentinela, que permite um monitoramento eficaz das doenças respiratórias em áreas críticas, ajudando a mitigar os impactos da poluição e das queimadas no Estado.