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Preservação

Projeto Estrada Viva reduz acidentes com animais silvestres em MS

Iniciativa é promovida por meio da parceria entre a Seinfra, UEMS e Ong’s do Estado

Lethycia Anjos
Capital News

Edemir Rodrigues/Portal MS

Projeto Estrada Viva reduz acidentes com animais silvestres em MS

Quatis atravessando a estrada

A alta taxa de mortalidade de animais silvestres é um dos principais problemas enfrentados nas rodovias sul-mato-grossenses. Dados da Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado (Seinfra), mostram que cerca de 45 a 50 animais morrem por mês vítimas de acidente, nos 600 quilômetros de estradas que são monitorados entre Bonito e Aquidauana.

 

De acordo com a Seinfra os dados revelam que além das mortes desses animais silvestres, que em muitos casos tratam-se de animais em risco de extinção, como tamanduás bandeiras, os acidentes podem ocasionar ainda óbitos humanos, devido a colisão.

 

Com intuito de reduzir as mortes no trânsito, o Governo do Estado por meio da Agesul/Seinfra, desenvolveu o programa “Estrada Viva - a fauna pede passagem”, um  programa permanente de monitoramento e ações que visam a diminuição no número de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias MS-040, MS-178, MS-382 e BR-359.

 

A iniciativa desenvolvida desde 2016, em parceria com o Centro de Estudo em Meio Ambiente e Áreas Protegidas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Cemap/UEMS), responsável por catalogar espécies atropeladas e identificar os principais pontos de passagem dos animais a fim de criar medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.

 

Divulgação/Portal MS

Projeto Estrada Viva reduz acidentes com animais silvestres em MS

Riedel em reunião com representantes de diversas ONG's para alinhar ações

Secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel explica que o projeto foi ampliado e inserido na lista de projetos de infraestrutura que envolvem estradas e rodovias em MS. “É importante que haja a união entre a instituição pública e iniciativas privadas, como as ONG’s – Organização Não Governamentais - que nos procuraram para apresentar este conceito ecologia de estrada”, destacou.

 

Eduardo Riedel refere-se ao encontro que reuniu representantes de diferentes ONG’S que atuam na defesa da fauna e flora da região da Serra Bodoquena, como Fernanda Delborgo Abra da ONG, Viafauna Estudos Ambientais LTDA; Angela Kuczach da Rede Nacional Pró-unidades de Conservação; Juliana Camargo de Oliveira da Ampara Animal; Raquel Menezes Vieira Machado do Instituto Raquel Machado; Arnoud Desbiez do Projeto Tatu Canastra; Felipe Dias do Instituto SOS Pantanal; Yolanda Prantl Mangieri da Neotrópica do Brasil e do grupo Unidos Serra da Bodoquena e Maurício Forlani também da ONG Ampara Animal.

 

De acordo com o secretário, a partir da retomada e ampliação do projeto, está prevista a  construção de um grupo de trabalho para inserção dessas organizações no Estrada Viva integrando os projetos de infraestrutura do Governo do Estado. “Estamos em um Estado onde um dos nossos maiores ativos é a sustentabilidade, água e a pegada do carbono. Esses três vetores nos dão um potencial econômico e ambiental, conciliando o interesse econômico com a preservação. É totalmente possível”, enfatizou Riedel.

 

“Vamos internalizar e inserir como premissa nos projetos da Agesul o Estrada Viva. Com todos os elementos necessários para mitigar, de fato, os acidentes nas estradas que envolvem animais. Não podemos terminar um projeto sem isso. Vai além de Bonito e da Serra da Bodoquena, vamos ampliar para todo o Estado. Busca-se adotar uma política de empreendimentos viários sustentáveis, com proteção de fauna e segurança de pessoas", acrescentou Riedel.

 

Na ocasião, o professor Afrânio detalhou o andamento das etapas desenvolvidas pelo projeto e as novidades previstas como um site novo e um aplicativo. “Hoje monitoramos as MS 040, 382, 345, 178, 450 e 359, mais de 600 quilômetros. Nossa iniciativa vai desde o monitoramento, até a educação ambiental, passando pela implementação de uma Política de Estado, criando justamente um fórum que une gestores, o judiciário e as ONG’s, entre outros”, explicou.

 

Reitor da UEMS, Láercio Alves de Carvalho, destaca que o Estrada Viva é uma iniciativa estratégica que beneficia a comunidade científica. “Parabenizamos aos envolvidos neste novo momento do Estrada Viva. Para a UEMS, esta iniciativa é fundamental para nossos pesquisadores e especialistas que podem auxiliar tanto o Governo como a população na preservação da fauna”.

 

Angela Kuczach, da Rede Nacional Pró-unidades de Conservação, ressalta a importância do projeto. “Eduardo Riedel, sendo biólogo de formação e secretário de Infraestrutura, com certeza têm uma leitura completa do cenário e um claro entendimento de quantas perdas podem ser evitadas, tanto em vidas humanas, quanto de animais e danos financeiros ao cidadão e também ao Estado, por meio das medidas que estamos propondo. Ficou muito claro durante o encontro quanto nossa proposta vai de encontro a vontade da própria Secretaria de Infraestrutura e do Governo do Estado, de se posicionar de maneira pró ativa e vanguardista em defesa de um dos seus maiores ativos, a biodiversidade sul mato-grossense”, destacou via assessoria.

 

A reunião contou ainda com a presença do professor da UEMS, Afranio José Soriano, do geólogo e diretor de Meio Ambiente e Trabalho da Agesul, Pedro Celso de Oliveira Fernandes; da assessora jurídica da Seinfra, Maria Fernanda Balestieri, do procurador do Estado, Jaime Caldeira Jhunyor, e do diretor-presidente da Agesul, Emerson Antonio Marques Pereira. 

 

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