A Caprichosos de Corumbá, com cerca de 600 componentes, encerrou a segunda e última noite de desfiles das escolas de samba na madrugada de quarta-feira (05). O enredo da escola, "Que a sabedoria dos mais velhos seja o caminho para os mais novos – Adorei as almas!", trouxe uma reflexão sobre a influência da cultura africana na sociedade brasileira, destacando o papel da sabedoria ancestral na construção do futuro.
A agremiação abordou a ancestralidade africana e a figura dos pretos velhos na cultura brasileira. A comissão de frente iniciou o desfile com uma coreografia que representava os guerreiros africanos, evocando celebrações e tradições do continente. A seguir, o carro abre-alas trouxe uma onça-pintada, símbolo da escola, ao lado de uma representação da realeza africana, marcando a conexão com a cultura de origem.
As alas do desfile exploraram diversos aspectos da cultura afro-brasileira, como a culinária, as ervas medicinais, os ritos religiosos e a espiritualidade. A segunda alegoria, "O grande terreiro de chão batido", destacou os espaços de transmissão de conhecimento entre as gerações, com a figura de Pai Benedito, uma referência à sabedoria popular e à preservação de tradições.
A última parte do desfile foi marcada por um carro alegórico que representou o terreiro como um local de preservação da memória ancestral, com personagens ligados a esse universo. A bateria, composta por 70 ritmistas, resgatou toques percussivos tradicionais, e o desfile se encerrou com a ala das baianas, que prestou uma homenagem a Vovó Cambinda, simbolizando a conexão entre as gerações e a valorização da cultura afro-brasileira.