Está marcado para quinta-feira (2), às 19h, a solenidade que marca o início das obras de revitalização do Complexo Ferroviário de Campo Grande, na abertura do workshop “Gestão Compartilhada do Patrimônio Cultural – ações educativas e de fiscalização” promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os recursos, avaliados em R$ 2,5 milhões, já foram alocados pelo Iphan através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o prefeito Nelson Trad Filho, “é um passo importante para a preservação das origens do desenvolvimento da cidade”, já que no passado a Estação era um dos pontos mais importantes da Capital, sendo único meio de chegada de imigrantes.
Com a intervenção no imóvel da Estação Ferroviária, Campo Grande ganhará a restauração do prédio e a implantação do Centro de Documentação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. As obras incluem também o Armazém Cultural, os galpões de manutenção dos trens, a rotunda da ferroviária e a Rua Dr. Ferreira, na Vila dos Ferroviários.
A restauração do Complexo Ferroviário é uma das ações propostas no Plano de Revitalização do Centro de Campo Grande – que se transformou em lei municipal (lei complementar 161, de 20 de julho 2010).
Para a diretora-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Planurb), Marta Lúcia da Silva Martinez, a restauração da Estação Ferroviária e posteriormente de todo o Complexo, garante a preservação de um momento da história de Campo Grande, tendo como reflexo o desenvolvimento econômico, social e cultural com a promoção do turismo cultural na cidade. “Campo Grande vai ganhar não só um local de valorização da história da cidade, mas um novo espaço de lazer para o campo-grandense e visitantes de fora”, analisa a diretora.
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Foto: Deurico/Arquivo Capital News
Veja o que será mudado e construído no novo Complexo:
- Saguão - haverá um centro de atendimento ao turista, guichês da bilheteria, loja para venda de produtos culturais, regionais e lembranças diversas;
- Área de embarque/desembarque -Terá lanchonete cultural e pátio coberto para realização de feiras de antiguidades, livros, artesanato e outras manifestações;
- Área multiuso - Área com flexibilidade de utilização para exposições temporárias ou auditório com cadeiras móveis. Esse ambiente terá estrutura metálica e fechamento em vidro, o que vai possibilitar integração com o pátio coberto;
- Centro de Documentação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - A proposta é criar ambientes divididos em setores de “Espaço Ciência”, onde serão expostos os objetos restaurados e de “Espaço História”, com projeção por meio de data show da história da ferrovia em Mato Grosso do Sul e Campo Grande e de seus participantes, como depoimentos de ex-ferroviários. Um espaço será destinado à documentação museológica, exposição de mapas e fotos, consulta de documentos, além de oficina para restauração documental.
Ferrovia Noroeste do Brasil
A Empresa Ferroviária Noroeste do Brasil (EFNOB) foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento de Campo Grande induzindo a urbanização. Sua implantação influenciou diretamente na construção de vias e na ocupação do espaço nas proximidades da linha férrea, com diversas tipologias de edificações, como a Vila dos Ferroviários, a rotunda e plataformas. A Estação é o edifício mais emblemático do Complexo Ferroviário e um dos mais importantes também para o estado de Mato Grosso do Sul.
História
A inauguração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1914, representa uma nova etapa no desenvolvimento da cidade de Campo Grande. Com a estação ferroviária instalada a cerca de um quilômetro ao sul do seu núcleo original, a malha urbana foi expandida para que a mesma pudesse ser incorporada à cidade. Constituindo-se num pólo de gravitação a partir das plataformas de embarque e dos armazéns de carga, a estação passa a competir em importância com o centro urbano existente, no entorno da Rua Velha (atual Rua 26 de Agosto), primeira via da cidade, onde até então estava concentrada toda atividade econômica, política e social da cidade.
Por Ângelo Smaniotto - (www.capitalnews.com.br)
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