Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008, 11h:35 -
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Ópera Madama Butterfly acontece na quinta-feira em Campo Grande
Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)
A Ópera Madama Butterfly, que foi apresentada no domingo 12, agora volta na quinta-feira 16/10, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, às 21 horas. O show faz parte da programação cultural do Fórum Internacional de Justiça, que reunirá em Campo Grande, de 15 a 17, organismos, entidades, autoridades, especialistas e estudiosos de 40 países para a troca de informações, assinatura de convênios, palestras e debates em âmbito mundial sobre os seguintes temas: Crime organizado, terrorismo, narcotráfico, lavagem de dinheiro, pedofilia, tráfico de crianças e adolescentes, processo e código penal e direitos humanos (direito comparado), entre outros.
No elenco da Cia dell Opera di Roma Itália, como a soprano Lúcia Yang, a mezzosoprano Sônia Lee, tenor Fábio Andreotti, maestro Ângelo Inglese, maestro e diretor artístico Sérgio Oliva e o regisseur Luiz Maurício.
Das mais belas óperas de Puccini, Madama Butterfly é um drama que encerra essencialmente um conflito social: o homem ocidental respeitável se diverte com uma japonesa, muito graciosa, sem dúvida, mas o matrimônio nada mais é do que um jogo. Ele acabará por desposar uma mulher de sua própria raça. Puccini, conhecedor dos conflitos sociais, soube genialmente trazer do plano privado os problemas da desigualdade das raças, que expressam tão contemporaneamente e além de seu próprio tempo.
Madama Butterfly traz na sua dramaticidade e na sua musicalidade o elemento da verdadeira tragédia: a catástrofe como coroamento inevitável do caráter da gueixa, a vítima do conflito social traduzido no imperialismo ocidental. Confrontada com três alternativas o casamento com o príncipe Yamadori, o retorno à antiga profissão, ou a morte fez a escolha mais corajosa. Presa a um conflito moral, anula a si mesma e ressalta a heroína.
Madama Butterfly oferece um magnífico ensaio e estudo da psicologia feminina na música. A personagem-título se desenvolve segundo uma linha contínua e coerente - de esposa-menina no primeiro ato à trágica mulher ao fim da ópera.
O espetáculo é levado a naufragar na sua extenuante doçura, nas cores aveludadas dentro das quais é imersa, na inocência consciente que parece aprisioná-la à solidão. Ante nossos olhos, Butterfly transforma uma infantil recusa à realidade (como vemos em Um bul di vedremo) em uma escolha madura pela morte, ao mesmo tempo em que define o destino do filho. Seu próprio destino é inevitável: quem perturbou a ordem social como ela fez ao apaixonar-se por um homem a quem deveria divertir deve restabelece-la com o sacrifício de si mesmo.
Mas a morte, para Butterfly, é uma idéia leiga, aquém de cada palavra de conforto...