O Brasil deu um importante passo na rastreabilidade de bovinos e búfalos com o lançamento do Plano Nacional de Identificação Individual (PNIB), que será implementado gradualmente até 2032. Durante a Dinapec 2025, a Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu os impactos dessa iniciativa na cadeia produtiva da carne bovina, com a participação da Famasul e outras federações, além de especialistas. A rastreabilidade busca garantir maior transparência e segurança alimentar, atendendo à crescente demanda global por controle sanitário e sustentabilidade.
O PNIB, anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem como objetivo monitorar a movimentação e a saúde dos animais, utilizando um sistema informatizado para acompanhar o rebanho de forma detalhada. Para os pecuaristas de Mato Grosso do Sul, esse projeto representa uma grande oportunidade, especialmente com a certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação prevista para maio de 2025. Mariana Urt, da Famasul, destaca que a rastreabilidade será essencial para fortalecer essa certificação e promover a pecuária sustentável e de qualidade.
A implementação do plano será gradual, com a construção da base de dados nacional até 2026, e a identificação individual dos animais começando entre 2027 e 2029, para atingir todo o rebanho até 2032. Rafael Gratão, presidente da Novilho Precoce MS, ressalta que a rastreabilidade pode gerar custos iniciais, como tecnologias e sistemas de monitoramento, mas a modernização da pecuária trará maior eficiência e acesso a mercados premium, agregando valor à carne. A medida será obrigatória em sete anos, e os pecuaristas que se prepararem terão um diferencial competitivo.
Além da rastreabilidade, a reunião também abordou a atualização das regulamentações da União Europeia sobre o uso de antimicrobianos e a investigação do Ministério do Comércio da China sobre as importações de carne bovina. As novas regras exigem maior conformidade com as exigências sanitárias internacionais, enquanto a investigação da China pode afetar o mercado de carne bovina. A CNA segue acompanhando essas questões para garantir a competitividade da pecuária brasileira.