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Boicote aos frigoríficos

Campo Grande não registra falta de carne após suspensão do Carrefour

A rede Carrefour informou que realiza um monitoramento interno para garantir o abastecimento de suas lojas

Viviane Freitas
Capital News

Mapa/iStock - Via Agência Brasil

Mais 38 frigoríficos brasileiros já podem exportar carnes para a China

A rede Carrefour informou que realiza um monitoramento do abastecimento de suas lojas

Apesar do boicote do frigorífico JBS às unidades do Carrefour global, após o anúncio do CEO Alexandre Bompard de que deixaria de importar carnes brasileiras, os hipermercados da rede em Campo Grande não enfrentam desabastecimento até este domingo (24). A equipe do Capital News visitou diversas unidades do Carrefour e do Atacadão na cidade, e encontrou prateleiras cheias em todos os supermercados, sem qualquer sinal de escassez.

A rede Carrefour informou que realiza um monitoramento interno para garantir o abastecimento de suas lojas. De acordo com a empresa, não há indicativos de desabastecimento devido ao nível de produtos armazenados nas unidades. No entanto, a situação pode mudar a partir de segunda-feira (25), caso a crise se agrave.

O boicote aos frigoríficos brasileiros teve início na última quarta-feira (20), quando o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou em suas redes sociais que a rede francesa não compraria mais carne de países do Mercosul, incluindo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A decisão gerou uma reação imediata das empresas frigoríficas, como JBS, Marfrig e Minerva, que cancelaram os envios de produtos ao Carrefour no Brasil.

Conforme informações obtidas, caminhões da JBS, que estavam a caminho das lojas Carrefour, retornaram para as plantas frigoríficas. A rede, que possui operações no Brasil, ficou surpresa com o comunicado da matriz na França e agora busca soluções para lidar com a crise política e econômica gerada pela medida. Não está descartado um pedido de desculpas por parte de Bompard.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também se manifestou sobre o boicote e condenou a decisão do Carrefour. “Esse é o tipo de coisa que a gente quer combater, esses absurdos comerciais que transportam a relação para algo negativo”, afirmou Riedel. Ele criticou a suspensão da compra de carne do Mercosul e reforçou a necessidade de combater medidas como essa.

A senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, também demonstrou indignação e anunciou que se reunirá com a embaixada da França no Brasil para cobrar explicações sobre o boicote. "Queremos que ele explique a eterna objeção da França ao acordo entre Mercosul e União Europeia e essa ameaça de boicote totalmente descabida à carne do Brasil", afirmou a senadora, ressaltando que não há justificativa para tal atitude e que as medidas são uma forma de protecionismo francês.

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