Os investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) previstos para o período 2009/2012 deverão ficar acima de R$ 1,3 trilhão, com uma taxa média de crescimento anual de 9,6%, informou hoje (29) o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
A previsão de investimentos é resultado de um estudo feito pelo banco em agosto, e que foi revisto para baixo em dezembro. A previsão anterior era de R$ 1,5 trilhão.
O presidente BNDES) defendeu a sustentação dos investimentos no país como forma de combater o desemprego nas empresas brasileiras por conta da crise financeira internacional. “Essa deve ser uma preocupação importante”, disse.
Luciano Coutinho assegurou que serão investimentos firmes, isto é, que “não vão ceder. São investimentos substanciais”.
O presidente do BNDES informou que carro-chefe dos investimentos continua sendo a área de energia, seguida de transportes (rodovias e ferrovias) e telecomunicações. Na avaliação do presidente do BNDES, infra-estrutura será um dos fatores importantes de sustentação da economia brasileira no quadriênio, “pela robustez” dos investimentos programados.
No campo da indústria, os investimentos previstos somam R$ 450,1 bilhões entre 2009 e 2012, contra R$ 551,7 bilhões em agosto de 2008. O destaque são investimentos intensivos em recursos naturais (R$ 317,7 bilhões). Nesse sentido, Coutinho afiançou que o BNDES dará toda a contribuição necessária para a aceleração dos investimentos da Petrobras.
“O BNDES estará trabalhando para maximizar a produção no país [dentro] do conteúdo de investimentos da Petrobras”, que atinge no mínimo 65%. A meta, segundo o presidente do BNDES, é dar todo o suporte à cadeia produtiva brasileira, incluindo os projetos referentes ao pré-sal.
De acordo com ele, o volume de investimentos revisto para a indústria intensiva em recursos naturais será ampliado com a inclusão do programa de investimentos da Petrobras para o próximo qüinqüênio (US$ 174 bilhões).
Luciano Coutinho afirmou ainda que os setores em que o efeito da crise internacional se manifestou de forma mais intensa foram os de insumos básicos, que correspondem às commodities (produtos agrícolas e minerais) exportados pelo Brasil “porque o mercado internacional estará em forte contração neste ano. E as previsões de crescimento das economias dos países desenvolvidos têm sido reduzidas e caminham, inclusive, para uma recessão em 2009, e crescimento zero ou ligeiramente positivo em 2010”.
Na avaliação do presidente do BNDES, essa retração deve afetar os planos de investimentos de setores exportadores do país. Mas os planos em andamento não deverão sofrer descontinuidade. “O cenário é misto em alguns setores, como siderurgia, papel e celulose, petroquímica e agronegócio, onde há tanto postergação como confirmação de investimentos”, disse Coutinho. (Agência Brasil)