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Economia Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009, 09:42 - A | A

Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009, 09h:42 - A | A

Brasil deve ter menor crescimento desde 2003, prevê mercado

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Em consequência da crise financeira internacional, que tem gerado recessão ao redor da economia global, o mercado financeiro baixou de novo a sua previsão de crescimento da economia brasileira para este ano. É a terceira semana consecutiva de ajuste na estimativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009.

Segundo o relatório de mercado divulgado nesta segunda-feira (16), também conhecido como Focus, fruto de pesquisa do Banco Central com economistas das instituições financeiras, a projeção para o crescimento do PIB de 2009 agora recuou de 1,70% para 1,50%. Para 2010, a projeção do mercado financeiro para o crescimento também caiu. Passou de 3,80% para 3,60%.

A projeção oficial do governo para o crescimento de 2009 já esteve em 5% na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, foi revisada por duas vezes e, neste momento, já deixou de ser previsão e passou a ser meta: de 4%. A proposta de orçamento deste ano traz a previsão de 3,5% de elevação do PIB. O Banco Central estima em 3,2% o crescimento da economia.

Inflação

Na última semana, a expectativa do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2009 caiu de 4,73% para 4,69%. Para 2010, a estimativa do mercado para o IPCA foi mantida em 4,50%.

O IPCA é a referência do sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, pelo qual a autoridade monetária tem de atingir metas pré-determinadas para o comportamento dos preços. Para 2009 e para 2010, a meta central de inflação é de 4,5%.

Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já informou que busca trazer a inflação para a meta central já em 2009.

Juros

O principal instrumento do Banco Central para atingir as metas de inflação é a taxa de juros, que, em janeiro, caiu um ponto percentual, o maior recuo em cinco anos, para 12,75% ao ano. Na última semana, o mercado financeiro passou a projetar uma queda de igual proporção (um ponto percentual) na reunião do Copom do mês de março. Com isso, os juros recuariam para 11,75% ao ano.

Já em abril, ainda segundo oa analistas, os juros deverão recuar mais 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano. No Copom de junho, de acordo com as previsões do mercado, os juros deverão cair para 10,75% ao ano e, em setembro, para 10,50% ao ano - patamar no qual deverão fechar 2009.

Até a semana retrasada, o mercado previa que os juros terminariam este ano em 10,75% ao ano. Deste modo, na última semana, passou a projetar uma queda maior nos juros no decorrer de 2009. Para o fim de 2010, a projeção dos economistas do mercado financeiro para a taxa de juros permaneceu estável em 10,50% ao ano.

Taxa de câmbio

Na semana passada, dado que foi divulgado nesta segunda-feira (16), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2009 permaneceu inalterada em R$ 2,30 por dólar. Desde a piora da crise financeira internacional, tem sido registrada uma saída maior de recursos da economia brasileira, o que tem pressionado o dólar para cima. Para o fim de 2010, a projeção caiu de R$ 2,29 para R$ 2,28 por dólar.

Balança comercial

No caso da balança comercial brasileira, a projeção do mercado financeiro para o saldo (exportações menos importações) de 2009 permaneceu em US$ 14 bilhões. Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões. Para 2010, a previsão caiu de US$ 14 bilhões para R$ 13,85 bilhões de resultado positivo.


No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para 2009 subiu de US$ 22,5 bilhões para US$ 23 bilhões. Para 2010, a projeção de ingresso de investimentos no Brasil permaneceu em US$ 25 bilhões.

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