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Economia Quarta-feira, 21 de Novembro de 2007, 17:03 - A | A

Quarta-feira, 21 de Novembro de 2007, 17h:03 - A | A

Dólar fecha em alta de 0,62% com cenário externo tenso

Reuters

O estresse nos mercados globais impulsionou o dólar nesta quarta-feira, e a moeda americana voltou a se aproximar do patamar de R$ 1,80. A divisa subiu 0,62% e terminou o dia a R$ 1,778.

Na máxima, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,797 no pregão à vista da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A moeda registra alta de 2,3% em novembro, mas a queda no ano ainda é expressiva - 16,8%.

O mercado de câmbio foi dominado pelo aumento da aversão a risco no exterior. Na visão dos investidores, a crise imobiliária e a alta do petróleo, que ficou a poucos centavos da marca de US$ 100 por barril, pressionam a economia norte-americana, que vê o crescimento desacelerar em meio ao aumento da inflação.

Ao mesmo tempo, o prejuízo dos bancos com hipotecas de alto risco (subprime) ainda assusta o mercado, que não consegue estimar com exatidão o impacto sofrido pelo setor financeiro.

Essa convergência de fatores negativos derrubou as bolsas de valores em todo o mundo e empurrou o dólar ladeira abaixo ante outras moedas fortes, como o euro. O risco Brasil, que vinha sendo cotado nas últimas semanas abaixo de 200 pontos, escalou 11 pontos e atingiu 232 pontos-básicos.

- O mercado está bem temeroso - disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora, acrescentando que a entrada de recursos para aplicar no mercado brasileiro foi praticamente interrompida nos últimos dias devido à turbulência.

O movimento é o mesmo que foi sentido em outros mercados emergentes, que também viram uma forte alta do dólar em relação a suas moedas. O operador ressalvou, porém, que o superávit da balança comercial garante ainda um fluxo de câmbio positivo para o Brasil.

Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, tem visão semelhante: "(a alta do dólar) reflete não necessariamente o fluxo, mas sim os ajustes de posições como atitude de precaução ante um cenário complexo e de tendência noã bem definida".

Segundo dados do BC, o fluxo cambial para o País ficou positivo em US$ 3,148 bilhões na primeira metade de novembro, sustentado pelas exportações.

Schoemberger espera que o restante da semana seja menos tenso, já que os Estados Unidos param na quinta-feira para comemorar o Dia de Ação de Graças.

Na metade da sessão, o Banco Central voltou a realizar um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária definiu taxa de corte a R$ 1,778 e definiu, segundo operadores, ao menos uma proposta.

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