Reportagem da revista Isto É, divulgada pelo Instituto CNA, neste sábado, aponta que a movimentação da economia brasileira será um grande desafio para o Governo Federal, antes mesmo das eleições presidenciais de outubro. O mercado o Brasil crescerá apenas 2% em 2014. Segundo o governo, o desempenho será um pouco superior, em torno de 2,5%. Ainda assim, se comparado com números das estimativas de outros países, a performance é tímida demais para as ambições brasileiras.
De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional, o PIB mundial deve avançar 3,6% em 2014. Entre as nações emergentes, espera-se uma alta de 5,1%. O Brasil perde até para vizinhos como Colômbia (aumento de 4,2%) e Peru (5,7%).
Para a maioria dos especialistas consultados pela revista, a boa notícia é que, pela primeira vez em cinco anos, o cenário internacional deve ser favorável. "A economia americana provavelmente vai estar exuberante no ano que vem", diz Fábio Kanczuk. professor de economia da USP. "A União Europeia saiu da recessão e o que dá para esperar é crescimento, ainda que lento." O fator internacional pesa a favor do Brasil, mas o País precisa fazer a sua parte. Nesse aspecto, o maior desafio de Dilma será reconquistar a confiança do empresariado e trazer, assim, um novo fluxo de investimentos tanto internos quando vindos do Exterior. "É preciso oferecer um clima mais amigável para o setor privado", diz Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco.
No fim do ano passado o governo começou a destravar os programas de concessões do setor de Infraestrutura. É fácil de entender por que afinal eles são tão importantes. Com Rodovias melhores, diminui o tempo do transporte de mercadorias - e os efeitos imediatos são o aumento da produtividade e a redução do custo do frete, indispensáveis para que os produtos cheguem ao consumidor a preços competitivos. Do ponto de vista financeiro, as concessões trazem uma enxurrada de dinheiro para o País, como aconteceu no leilão do campo de Petróleo de Libra, que seduziu a anglo-holandesa Shell e a francesa Total. Para 2014, estão previstos leilões pesados, como de parte da Ferrovia Norte-Sul, que deve captar recursos superiores a R$ 7 bilhões, e de terminais do Porto de Santos e do Pará, que receberão investimentos de R$ 5 bilhões. "Se o governo se comprometer com reformas estruturais, como a tributária e a trabalhista, e a aumentar os investimentos em Infraestrutura, isso certamente terá consequências positivas para a economia do Pais", diz Carlos Melo, cientista político do Insper.
Além de ter Copa do Mundo, 2014 será ano eleitoral, o que tradicionalmente traz dividendos para a economia. "Independentemente de quem ganhar, o novo governo vai ter que arrumar a casa", diz Mareei Balassiano, economista do Ibre/FGV. Embora os especialistas não concordem com o real impacto do maior evento esportivo do planeta para as finanças do País.é inegável que alguns setores terão o que comemorar. Estima-se que as vendas de eletrônicos e de bebidas superem a casa dos dois dígitos, e no fim de 2013 foram anunciadas previsões otimistas na geração de empregos. Mas há também preocupações." que pode abalar a confiança dos investidores são as manifestações violentas durante a Copa", diz Melo, do Insper.