Artistas e negociantes que participam do movimento da Economia Solidária de toda a região Centro-Oeste estão em Campo Grande. O objetivo da mostra realizada nesta quarta-feira (23) é trocar experiências com os artesãos da Capital e, posteriormente, realizar feiras e um seminário em Bonito. Mato Grosso do Sul foi escolhido como sede do encontro por possuir o maior centro comercial, em relação a espaço e organização, para a venda de produtos da Economia Solidária, sede do encontro. A loja fica no centro da cidade, na Rua Cândido Mariano, entre as ruas 13 de Maio e 14 de Julho.
Responsável por esse encontro e coordenadora do movimento de Economia Solidária de Mato Grosso do Sul, Tiana Almire, explica que para realizar o evento foi uma “luta” tão grande quanto para conquistar o espaço físico dos “comerciantes solidários”. Ela lembra que a estrutura foi inaugurada em 13 de novembro de 2006 e que está servindo de exemplo para os outros estados também conquistarem seu espaço para vender. “Aqui a luta é diária, pois, tudo decidimos em conjunto. Todos que possuem seus trabalhos aqui expostos são também considerados donos". A organizadora complementa: “Nossos negócios são mantidos pela auto-gestão de um conjunto de pessoas que nunca teve loja, mas que agora está tendo esta oportunidade de trabalhar e vender.”
Uma das líderes da Economia Solidária da Região Centro-Oeste que está presente no encontro é a coordenadora do Instituto Marista de Solidariedade (que tem sede no Distrito Federal), Shirlei Aparecida Almeida. Ela afirma que o primeiro motivo que os trouxeram a Campo Grande é a vontade de aprender com o “povo de Mato Grosso do Sul”. Elogia o espaço de Campo Grande dizendo que a Capital é um ícone, por ter a maior e mais organizada loja de Economia Solidária da região. Ela acredita que desse encontro, assim como do seminário que será realizado em Bonito, vão surgir importantes estratégias para promover a comercialização dos produtos da Economia Solidária.
A loja em Campo Grande que expõe produtos da Economia Solidária é a maior em relação a espaço e organização
Foto: Ana Maria Assis/Capital News
Shirlei explica que a diferença entre a Economia Solidária e os demais negócios e comércios é que a atividade é desempenhada sem deixar de lado o desenvolvimento sustentável e o crescimento do coletivo, portanto, o objetivo principal e absoluto não é o lucro.
A artesã Rita Rines, de Campo Grande, aproveita para expor seus produtos aos colegas de outros estados, e se mostra satisfeita com essa oportunidade. “É bom apresentar para as pessoas o nosso produto. Aqui todos podem colaborar com ideias e com o próprio trabalho. Um ajuda o outro com as vendas. Além de ser uma terapia fazer artesanato, ainda nos rende um dinheirinho extra”, afirma Rita confirmando a informação de que o lucro é apenas uma consequência nesse trabalho, e não uma obrigação soberana.
Por: Ana Maria Assis - (www.capitalnews.com.br)
