A entrada de novos investidores na empresa de ferrovias América Latina Logística (ALL) é vista com bons olhos pelo governo federal. O grupo privado Cosan é um dos cotados para injetar capital nos investimentos da malha ferroviária da ALL, que responde por cerca de 60% do escoamento de grãos do País.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também sócio da ALL, foi mobilizado pelo governo para conduzir as conversas entre os dirigentes das duas companhias e realizou na tarde desta sexta-feira (10) reunião com a Cosan para saber até onde há disposição do grupo em retomar as conversas para entrar no bloco de controle da ferrovia.
A Cosan fez em fevereiro de 2012 proposta para entrar na ALL, mas após um ano e meio de conversações, não houve acordo. Em outubro passado, a ALL entrou na Justiça contra a Rumo (controlada pela Cosan), questionando contrato firmado com a ex-parceira no transporte de açúcar.
Um acordo entre ALL e Cosan ainda está longe de ser feito, mas a própria ALL está tentando estender a bandeira branca. A companhia contratou Pérsio de Souza, da Estáter (empresa especializada em fusões e aquisições), para encontrar uma solução para a companhia. Souza, que representa os acionistas do bloco de controle, procurou várias vezes a Cosan para acenar um acordo, ainda sem sucesso.
Preocupação
O acidente ocorrido em novembro, quando houve um descarrilamento de vagões de trem da empresa deixando oito pessoas mortas em São José do Rio Preto (interior de SP), alertou as autoridades. O ministro dos Transportes, César Borges, afirmou que a ALL não tinha feito os investimentos necessários para a manutenção da ferrovia e pediu para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) intensificar a fiscalização. Na época, a ALL divulgou nota negando problemas com a manutenção da ferrovia.