A receita das exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul cresceu 45% em maio de 2018 com relação ao mesmo período de 2017. O resultado é o melhor para o mês nos últimos quatro anos. Os dados são do Radar Industrial da Federação das Indústrias de MS (Fiems).
De acordo com o levantamento, o setor industrial alcançou o montante de US$ 315,1 milhões contra US$ 217,3 milhões, no comparativo de maio de 2018 e 2017. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, atingiu US$ 1,44 bilhão, indicando aumento de 25%. No mesmo período do ano passado, o valor ficou em US$ 1,14 bilhão.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, quanto à participação relativa, a indústria respondeu por 52% da receita de exportação sul-mato-grossense em maio e a participação no acumulado ficou em 62%. “De janeiro a maio, os principais destaques ficaram por conta dos grupos Celulose e Papel, Complexo Frigorífico, Extrativo Mineral, Óleos Vegetais, Açúcar e Etanol e Couros e Peles, que, somados, representaram 98,3% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior”, informou.
Principais grupos
O melhor desempenho foi o grupo da “Celulose e Papel”, com receita de US$ 753,3 milhões no acumulado, apresentando crescimento de 83%. Deste total, US$ 734,2 milhões, cerca de 97,5%, foram obtidos apenas com a venda da celulose. Os principais compradores foram a China, com US$ 415,2 milhões; a Itália, com US$ 82,7 milhões; a Holanda, com US$ 58,3 milhões; os Estados Unidos, com US$ 42,9 milhões; e Coreia do Sul, com US$ 23,6 milhões.
“A produção segue em expansão, registrando recordes consecutivos nos últimos anos. Tal resultado é derivado da demanda externa aquecida, principalmente na China e na Europa. O cenário continua positivo para 2018, com preços em elevado patamar e produção em crescimento”, destacou Ezequiel Resende.
Já o “Complexo Frigorífico”, na soma de janeiro a maio deste ano, teve receita de US$ 372,3 milhões, estável em relação ao mesmo período de 2017. Deste total, 34,2% são oriundos das carnes bovinas desossadas congeladas, que totalizaram US$ 127,4 milhões. Os principais compradores foram Hong Kong, com US$ 80,7 milhões; Chile, com US$ 52,4 milhões; Arábia Saudita, com US$ 28,5 milhões; China, com US$ 25,9 milhões; e Irã, com US$ 24 milhões. “Em maio, o Brasil deixou de gerar US$ 240 milhões em receita com exportação de carne bovina por conta da paralisação dos caminhoneiros”, ressaltou o economista.
Outros grupos
“Extrativo Mineral” aparece em terceiro com melhor desempenho, tendo uma receita de US$ 107,9 milhões nos primeiros cinco meses de 2018. O aumento é de 49% comparado ao ano passado. Desse montante, 79,1% foi alcançado pelos minérios de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 64,9 milhões. Os principais compradores foram Argentina, com US$ 56,4 milhões; e Uruguai, com US$ 48 milhões.
O grupo “Óleos Vegetais” teve receita de US$ 82,5 milhões no acumulado, um crescimento de 109% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente farinhas e pellets somaram US$ 58,8 milhões. Os principais compradores foram Tailândia, com US$ 38,1 milhões; Indonésia, como US$ 17,4 milhões; Vietnã, com US$ 11,2 milhões; Holanda, com US$ 7,3 milhões; e Espanha, com US$ 3,5 milhões.
“Em maio, mesmo com a paralisação dos caminhoneiros, o Brasil embarcou 12,35 milhões de toneladas de soja em grão ao exterior, segundo dados da Secex”, pontuou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.