As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresentaram em julho o melhor resultado para o período, considerando toda a série histórica iniciada em 1999, segundo levantamento do Radar Industrial da Fiems. Em julho, as receitas provenientes das exportações de produtos industrializados tiveram um crescimento de 45% sobre igual mês de 2008, saltando de US$ 45,8 milhões para US$ 66,6 milhões.
Além disso, o mês de julho teve um crescimento de 10,2% sobre o valor das vendas obtido no mês anterior, que havia sido o melhor até então com US$ 60,3 milhões. Em relação ao volume, as exportações alcançaram 145,3 mil toneladas, o que representa uma elevação de 101,3% contra igual mês do ano anterior, quando as vendas externas de produtos industrializados atingiram 72,2 mil toneladas.
Segundo o Radar da Fiems, a forte expansão verificada nas exportações de industrializados de Mato Grosso do Sul fez com que sua participação relativa sobre as exportações totais atingissem o maior nível já registrado para um mês de julho, ou seja, 40,1%, superando em 19,5 pontos percentuais a participação média histórica para o mês. “Adicionalmente, esta é a maior participação relativa alcançada nos últimos 58 meses”, revela o levantamento.
Em julho de 2009 foram remetidos ao exterior 73,2 mil toneladas de produtos industrializados a mais em relação a julho de 2008 e, em relação à receita, na mesma comparação, o crescimento nominal foi de US$ 20,8 milhões. Igualmente ao mês anterior, julho apresentou evolução nas exportações de industrializados tanto em volume quanto em receita, quando comparado com igual período do ano anterior.
Na avaliação do Radar Industrial, tal desempenho vem ocorrendo de maneira consecutiva em 2009, sinalizando, deste modo, um fortalecimento da demanda externa pelos produtos industrializados produzidos em Mato Grosso do Sul, uma condição proporcionada, notadamente, pela entrada de novos produtos na pauta de exportação.
Desempenho geral dos grupos
Igualmente ao mês anterior, em julho, os grupos de produtos industrializados que compõem a pauta de Mato Grosso do Sul apresentaram, em sua maioria, evoluções positivas tanto em receita quanto em volume, quando comparados com correspondente período de 2008. E o desempenho foi novamente sustentado, sobretudo, pela incorporação de novos produtos à pauta de exportação de industrializados, bem como pelo significativo aumento ocorrido nas vendas de itens que foram recentemente incorporados.
Um exemplo disso foi observado, principalmente, sobre a exportação de pasta química de madeira semi-branqueda que compõe o grupo papel e celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel, que apresentou expansão equivalente a 24% em relação ao mês passado. Somado a isso, os grupos que apresentaram desempenho positivo foram açúcar e álcool, alimentos e bebidas, papel e celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel, fiação, têxtil, confecção e vestuário, calçados e suas partes e demais produtos semi-manufaturados ou manufaturados.
No caso do grupo açúcar e álcool, a receita nominal de julho foi 14 vezes maior quando comparado com igual mês de 2008, foram US$ 9,97 milhões contra US$ 717,7 mil. Como ocorrido nos demais meses deste ano, o desempenho nesse grupo continua sendo fortemente influenciado pelas exportações de açúcar. No mês, o principal destino do produto foi a Malásia com compras equivalentes a US$ 2,5 milhões, seguido por Uruguai U$ 2,01 milhões, Índia US$ 1,6 milhões e Canadá US$ 1,3 milhões.
Já as exportações do grupo alimentos e bebidas continuam influenciadas, principalmente, pela ampliação das vendas de enchidos de carne, comportamento que vem se repetindo ao longo de 2009 e que fez presente também em julho. Nesse mês, somente a receita adicional gerada a partir das vendas deste produto alcançou US$ 554,7 mil, quando comparado com igual mês de 2008. Indicando deste modo, uma expansão nominal equivalente a 101,8%.
Adicionalmente, outro aspecto que vem igualmente ocorrendo de modo sistemático em 2009 é o aumento do número de itens que compõem este grupo e que passaram a ser vendidos ao exterior. Em julho de 2008 haviam sido exportados 18 produtos desta categoria, já em igual mês de 2009 foram 88, incremento de 70 itens na pauta, gerando uma receita adicional de US$ 1,1 milhão.
No caso do grupo papel e celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel, o destaque ocorre em função do significativo aumento ocorrido na exportação de pasta química de madeira semi-branqueda (celulose). Em julho, as vendas externas do produto alcançaram US$ 31,1 milhões, crescimento de 24% em relação ao mês passado (US$ 25,1 milhões).
Tal desempenho fez do produto o líder da pauta de exportação de Mato Grosso do Sul no mês, equivalendo a 19% das vendas externas do Estado, considerando todas as categorias de produtos (básicos, manufaturados e semi-manufaturados), ficando a frente de produtos tradicionais como as carnes bovinas desossadas e congeladas, farelo de soja e soja em grãos.
Já o grupo fiação, têxtil, confecção e vestuário, quando comparado com julho de 2008, teve seu desempenho determinado em maior medida pela incorporação de novos itens a pauta de exportação, com destaque para tecido de filamento sintético inferior a 85%, tinto e com algodão com US$ 84,3 mil ou 19,5% da receita total obtida com as vendas externas de produtos que compõem o grupo. De modo geral, constatou-se incremento de 63 itens na pauta, comparativamente a igual mês do ano anterior, gerando uma receita adicional de US$ 197,0 mil. Repetindo, deste modo, um comportamento semelhante ao observado no último levantamento.
Por fim, o grupo calçados e suas partes, que passou a figurar a partir de abril no levantamento dos principais grupos de produtos industrializados vendidos por Mato Grosso do Sul, registrou em julho a exportação de US$ 175,4 mil, com destaque para as vendas externas de calçados de couro natural com solado de borracha ou plástico, que alcançaram US$ 130,0 mil ou 74,1% da receita total do grupo. (Com informações da assessoria de imprensa)
Por Alessandro Perin (www.capitalnews.com.br)
