Conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), o setor industrial do Estado, composto pelas indústrias de transformação, de extrativismo mineral, de construção civil e de serviços de utilidade pública, obteve, no período de janeiro a agosto deste ano, saldo positivo na contratação de trabalhadores em 45 municípios do Estado, proporcionando a abertura de 5.123 vagas.
Entre as cidades com saldo positivo de pelo menos 100 vagas, destacam-se Campo Grande ( 1.082), Angélica ( 644), São Gabriel do Oeste ( 425), Rio Brilhante ( 307), Chapadão do Sul ( 285), Itaquiraí ( 278), Aparecida do Taboado ( 261), Anastácio ( 179), Fátima do Sul ( 170), Dourados ( 169), Coxim ( 132), Maracaju ( 125), Camapuã ( 113) e Paraíso das Águas ( 113).
Conforme Ezequiel Rezende, coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, por outro lado, no mesmo período, em 29 municípios as atividades industriais registraram saldo negativo, provocando o fechamento de 4.158 vagas. “Outra vez Três Lagoas está entre as cidades com saldo negativo com 3.102 demissões, seguida bem de longe por Iguatemi (-228), Porto Murtinho (-163) e Ribas do Rio Pardo (-144). Nessas cidades, as demissões aconteceram em três atividades da indústria da construção: obras de engenharia civil, não especificadas anteriormente; obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações; e montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas, que, somadas, totalizaram o fechamento de 3.125 vagas”, detalhou.
Ele acrescente que tais demissões ocorreram basicamente no município de Três Lagoas, onde as três atividades mencionadas foram responsáveis por 3.067 demissões. “Como indicado nos levantamentos anteriores, o fator de maior peso no desempenho observado para o município decorre, possivelmente, do encerramento de atividades ligadas à construção da Fábrica de Nitrogenados da Petrobras. Adicionalmente excluindo-se as três atividades responsáveis pelos maiores volumes de demissões, o saldo em Três Lagoas seria positivo em 89 vagas, com destaque para a fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel, fabricação de calçados de material sintético, construção de rodovias e ferrovias e fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente”, explicou.
O saldo positivo, registrado no período de janeiro a agosto de 2014, ficou por conta de 119 atividades industriais que apresentaram saldo positivo de contratação, proporcionando a abertura de 5.993 vagas. Entre as atividades industriais com saldo positivo de pelo menos 100 vagas destacam-se fabricação de açúcar em bruto ( 1.236), construção de rodovias e ferrovias ( 829), construção de edifícios ( 772), obras de terraplanagem ( 249), abate de suínos, aves e outros pequenos animais ( 183), fabricação de calçados de material sintético ( 175), fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel ( 164), instalações elétricas ( 157), captação, tratamento e distribuição água ( 153), fabricação de álcool ( 137), fabricação de alimentos para animais ( 106) e fabricação de amidos e féculas de vegetais e de óleos de milho ( 101).
Nesse período, a indústria foi responsável pela abertura de 965 postos de trabalho em Mato Grosso do Sul. O saldo obtido no período fez com que o total de indivíduos empregados nas atividades industriais desenvolvidas no Estado alcançasse o equivalente a 142.114 trabalhadores. A indústria responde atualmente pelo segundo maior contingente de trabalhadores formais empregados no Estado, com participação de 21,9% sobre o total, atrás somente do segmento de serviços, que emprega formalmente 183.252 trabalhadores com participação equivalente a 28,3%.
A geração de empregos formais na indústria sul-mato-grossense em 2014, no acumulado de janeiro a agosto, tem se mostrado inferior ao que foi observado nos últimos anos. O desempenho até o momento indica a abertura de 965 vagas, sendo que a média para o período, considerando o intervalo de 2005 a 2014, é 6.710 vagas. Condição semelhante também ocorre para o conjunto da economia estadual, com a criação de 12.016 vagas de janeiro a agosto de 2014, quando a média para o período, é de 20.154 novos postos de trabalho.
No acumulado do ano, o segmento de serviços apresenta o maior saldo na geração de empregos formais em Mato Grosso do Sul, com 8.656 vagas abertas de janeiro a agosto. Na sequência aparece a agropecuária com 2.242 novos postos de trabalho, seguida pela Indústria com 965, comércio com 167 e, por fim, administração pública com -14 vagas no período.