Dados da Sondagem Industrial realizado entre os dias 5 a 15 de abril, pela Coordenação da Unidade de Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), apontam a estabilidade do setor industrial de do estado, mesmo em meio a crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19.
De acordo com o economista coordenador do setor, Ezequiel Resende Martins, a sondagem referente a março de 2021 demonstrou um crescimento de 28% na produção das empresas, o que corresponde a um aumento em 10 pontos percentuais em relação ao levantamento realizado no mesmo período em 2020.
Ezequiel Resende ressalta que a capacidade instalada da indústria em MS é a maior dos últimos sete anos para um mês de março. “A capacidade instalada ficou igual ou acima do usual para o mês de março na avaliação de 69% dos empresários que responderam à pesquisa. O resultado está em 25 pontos percentuais acima do verificado para o mesmo mês de 2020”, explicou via assessoria.
Conforme a FIEMS, em março de 2021, a capacidade instalada da indústria de Mato Grosso do Sul chegou a 70%, o que equivale a um aumento de 5 pontos percentuais se comparado a março de 2020. Apesar do resultado positivo, a indústria enfrentou dificuldades devido a falta de matéria prima, a elevada carga tributária e a taxa de câmbio.
Também foram encontrados problemas relacionados à informalidade, contrabando e o alto custo da energia.
O coordenador da FIEMS enfatiza que o levantamento constatou uma piora nas condições financeiras dos empresários durante os três primeiros meses deste ano. “A margem de lucro operacional foi considerada ruim para 32% dos empresários, 25% relatou dificuldades para acesso ao crédito e 81% observou aumento de preços das matérias primas”, informou via assessoria.
Dados apontam que a situação financeira geral da empresa foi considerada ruim por 28% dos entrevistados na sondagem. Cerca de 32% não buscaram crédito ao longo do primeiro trimestre de 2021. 36,9% observaram piora da economia nacional e 31,6% avaliaram o mesmo na economia estadual.
“Em relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 26,4% dos entrevistados. A principal razão para esse desempenho está relacionada à piora no indicador referente às condições atuais, sinalizando uma avaliação negativa das condições correntes de negócio. Ou seja, a percepção em relação ao atual ambiente econômico vem se deteriorando”, destaca Ezequiel.
Apesar da crise econômica, o economista esclarece que os empresários consideram meios de manter ou aumentar os investimentos. “Há expectativa de aumento da demanda por produtos por parte de 29,8% dos dirigentes que responderam à sondagem, enquanto 61,4% acreditam que a demanda permanecerá estável”, explicou. Conforme a assessoria, 49% dos empresários planejam investir nos próximos seis meses, enquanto 11% confirmam os investimentos.
Ezequiel Resende reforça que são esperados resultados positivos em relação ao desenvolvimento econômico do setor. “O índice de confiança permanece acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que o empresário industrial de Mato Grosso do Sul se mantém confiante. Principalmente pela expectativa de melhora projetada para os próximos seis meses”, finalizou o economista.
Segundo a FIEMS, a pesquisa avaliou 57 empresas, o que representa 3,2% da amostra nacional. Ao todo foram 23 pequenas, 29 médias e cinco grandes empresas.