O fortalecimento dos países pertencentes ao Mercosul com a produção de itens mais elaborados e o avanço em relações comerciais com a comunidade europeia, foram discutidos durante o “Diálogo Público-Privado”, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Paraguai (LIDE), nesta semana, em Assunção.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, representou Mato Grosso do Sul e o governador Reinaldo Azambuja no evento, que contou com a participação de ministros da Argentina, Uruguai e Paraguai, além do Brasil.
Autoridades destacaram a importância de reduzir os produtos semiacabados e as commodities e mudar para o perfil das vendas, visando cada vez mais a exportação de produtos elaborados. “Precisamos parar de vender apenas o milho, a carne e a soja, temos que entrar em um patamar de entregar um produto elaborado, com maior valor agregado. Temos que passar do celeiro para o mercado do mundo”, disse.
O secretário afirma que foi muito debatida a necessidade de integrar a produção de cada país e trabalhando junto, em questão de sanidade e alfândega. “Consideramos a criação de uma marca que valorize os produtos do Mercosul e para que identifique com mais seriedade e atestando a qualidade dos itens elaborados pelos quatro países”.
As lideranças trataram ainda do acordo que deve ser firmado com a comunidade europeia, trazendo benefícios para os países e, inclusive, o Mato Grosso do Sul. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, que também participou do evento, corroborou com os avanços necessários.
“Não podemos mais correr esse risco de exportar somente grãos. Precisamos transformar aqui, agregando valor aos nossos produtos com a qualidade que temos aqui. Precisamos defender uma marca em comum, definir o que é um produto de boa qualidade”, alertou o presidente da Fiems.
A hidrovia se consolida como eixo principal para que o desenvolvimento integrado aconteça. Jaime Veruck participou de um painel sobre o Corredor Bioceânico e destacou que este é o grande canal logístico comunicante entre os países e que deve ser visto com prioridade. A questão do Tratado de Assunção, assinado entre os países do Mercosul, também é uma opção para facilitar as relações comerciais e evitar problemas de fluxo.
Ministro da Indústria e do Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, destacou que Mato Grosso do Sul é parceiro do país vizinho, principalmente, por ter as mesmas dificuldades nas relações externas. “Nós que temos problemas em comum temos que trabalhar juntos. Parcerias feitas nos últimos anos fixaram a prioridade de sermos mais competitivos e agora vamos falar sobre integração industrial. Somos um nicho competitivo e acho que, juntos, podemos conquistar mercados importantes”.
Os entraves encontrados nas alfândegas também estiveram em pauta e Mato Grosso do Sul sente os impactos destas dificuldades. “Hoje, Ponta Porã é o nosso maior gargalo nessa questão, onde precisamos de uma discussão séria e um trabalho efetivo, mas também precisamos desde já começar a discutir sobre a alfândega de Porto Murtinho”, destacou Jaime Verruck.