A Cosan, grupo de origem sucroalcooleira, informou que entrou com pedido de registro de companhia aberta da Cosan Logística na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A criação da empresa faz parte do processo de cisão do grupo, modelo previsto para entrar em vigor em 1º de outubro.
A empresa pretende que, já na data prevista, sejam iniciadas as negociações da nova companhia em bolsa. "A Cosan Logística, resultante da cisão, será uma companhia aberta, listada na BM&FBovespa no segmento 'Novo Mercado'", informou a empresa, destacando que o modelo ainda precisa de aprovação em assembleia geral extraordinária de acionistas.
A criação da Cosan Logística é uma etapa do grupo para incorporar a América Latina Logística (ALL), companhia que administra várias ferrovias no país. A ALL está em processo de fusão com a Rumo, controlada da Cosan. De acordo com os planos da diretoria do grupo, o investidor da Cosan vai ter em mãos a participação em dois papéis: na Cosan (que, conforme disseram diretores anteriormente, passará a se chamar Cosan Energia) e na Cosan Logística (a ser criada).
Porém o valor que o acionista receberá por cada papel ainda dependem de cálculos. Segundo os diretores, a cisão serve para que o mercado tenha mais clareza ao investir nos negócios da companhia. A Cosan Logística surge com um único ativo: a participação na Rumo, companhia avaliada em R$ 4 bilhões que possui terminais no interior e no litoral paulista.
O plano é que a Rumo seja fundida com a ALL (com valor de quase R$ 7 bilhões) depois da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Para a Cosan, a aprovação do Cade deve ocorrer no fim deste ano ou no começo do ano que vem.
O Cade tem 330 dias, no total, para avaliar a questão. Devido à queda da produtividade dos seus canaviais causada pela forte seca que afetou o Centro-Sul, principalmente em São Paulo, a Cosan, que controla juntamente com a Shell a Raízen Energia, revisou para baixo a estimativa para a moagem de cana-de-açúcar do ciclo 2014/15.
A previsão é que as 24 usinas do grupo vão processar entre 58 milhões e 60 milhões de toneladas da matéria-prima, ante a previsão inicial de 61 milhões e 63 milhões, queda de até 7,9%. A produção de açúcar, que estava prevista em 4,4 milhões e 4,7 milhões de toneladas, foi revisada para um volume entre 4,2 milhões a 4,5 milhões de toneladas. A produção de etanol também foi revisada para baixo. Em vez de um volume de 2,3 bilhões a 2,6 bilhões de litros, a Raízen Energia deve produzir agora entre 2 bilhões e 2,2 bilhões de litros