Fiems (Fundação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) e Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) assinam contrato de prorrogação de trinta dias do programa Energia Extra. A medida beneficia 500 empresas do Estado com aquisição de R$ 0,35 o quilowatt/hora no horário considerado de pico, das 17h30 às 20h30.
A intenção é que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regula o serviço em todo o Brasil, permita a iniciativa definitivamente. Em maio, a agência emitiu portaria que proibirão programa. Isso teria elevado o quilowatt/hora para R$ 1,60 no período de pico. Ainda não há estimativa, mas, acredita-se que, ao menos, 350 trabalhadores tenham perdido o emprego em Campo Grande por conta desse aumento.
“Vamos ver uma negociação mais direta com a Aneel, junto com o senador Delcídio do Amaral (PT) para tentar implementar de vez este programa para evitar demissões”, relata Sérgio Longen, presidente da Fiems, que afirma não saber o número exato de demissões após o aumento da energia. “Não há como saber, temos aproximadamente 500 indústrias. Ainda não chegou a fatura de julho parra sabermos o que isso afetou economicamente elas, mas, sabemos que muitas deixaram de contratar e até demitiram. As demissões foram grandes, mas não sabemos quanto.”
A Enersul deixou de arrecadar R$ 6,3 milhões este ano, após a implementação de tarifa reduzida às empresas, segundo o diretor-operacional Edmir José Bosso. “Neste primeiro semestrre foi esse o valor que nós deixamos de ganhar para tentar garantir o emprego de várias pessoas”, disse, afirmando que a Enersul é a única concessionária a dar o desconto.
Demissões
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias do Setor Alimentício, Rinaldo Salomão, afirma que ao menos 350 pessoas perderam seus empregos por conta do término do aumento e acredita que será difícil recolocá-los mesmo com a prorrogação do convênio. “É apenas um mês, mas estamos aqui para reivindicar, pois existe convenção assinada por nós e pela representantes das fábricas e deve ser levada em conta.”
40%
Este é o índice de aumento na procura por geradores movidos a diesel segundo o revendedor para todo o Estado, Jonatas Lidak. “Não há como ter uma ideia em números, mas, a procura aumentou bastante, cerca de 40%. Certamente, o aumento da conta de energia influi nisso. Não sei até que ponto, mas influi.”
Meio-ambiente
A diminuição da tarifa também auxilia na melhora das condições ambientais. “As represas, no período de grandes chuvas que se aproxima (que é de setembro, novembro) vão ficar cheias. Se não tiver demanda, se não tiver indústrias usando essa energia produzida, vai ser água represada à toa. E vai ser consumido mais diesel, que polui mais o meio-ambiente”, diz o diretor-operacional da Enersul, Edmir José Bosso.
Por: Marcelo Eduardo - Capital News
