O Comitê Olímpico Internacional (COI) evita tocar no assunto, mas as Olimpíadas de Tóquio 2020 devem mesmo ser adiadas por causa da pandemia de coronavírus. Os Jogos devem ficar para 2021. O anúncio oficial deve acontecer nos próximos dias, mas o canadense Dick Pound, membro mais antigo da entidade, afirmou nesta segunda-feira (23) que a decisão já foi tomada. Confirmada a informação, essa será a primeira vez que o evento esportivo não acontece na data prevista por um motivo que não seja uma guerra mundial.
A declaração de Pound foi dada ao jornal americano “USA Today”, confirmando que a data de abertura foi descartada. “Com base nas informações que o COI tem, o adiamento foi decidido. Mais informações sobre isso ainda não foram determinadas, mas os Jogos não vão começar no dia 24 de julho, pelo que eu sei”, afirmou.
O dirigente foi o primeiro a levantar a possibilidade de adiamento, mas não foi seguido por outros membros. O presidente do COI, o alemão Thomas Bach, negava a possibilidade, mas a pressão internacional tem aumentado. Na noite de domingo, Canadá e Austrália avisaram que, caso os Jogos fossem mantidos para julho de 2020, não mandaria atletas. Alemanha, Brasil, Suíça e Noruega já haviam se posicionado contra a realização dos Jogos na data inicial. Agora, Bach disse que o Comitê terá uma posição oficial em até quatro semanas.
A demora se justifica pelos ajustes que precisam ser feitos para que se tenha uma nova data para os Jogos. Contratos de patrocínio e de transmissão, disponibilidade das instalações um ano depois do previsto e calendário das federações internacionais, que já têm seus eventos projetados, são algumas delas. “Nós vamos adiar e começar a procurar um acordo com todas as partes interessadas nessa decisão, que são de uma quantidade imensa”, completou Pound.