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Esporte Quarta-feira, 24 de Maio de 2023, 08:23 - A | A

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Torcedor Preso

Goleiro do Ypiranga sofre agressão racista em jogo da Série C do Campeonato Brasileiro

Caíque conseguiu identificar agressor que terminou preso: “A gente não aguenta mais”

Rogério Vidmantas
Capital News

Enoc Junior/Ypiranga

Ypiranga Caíque

Goleiro Caíque defende o Ypiranga na Série C do Campeonato Brasileiro

A agressão racista sofrida pelo atacante brasileiro Vinicius Jr, do Real Madrid-ESP, no último domingo (21), chamou a atenção do mundo para um problema em praças esportivas de todo o mundo. Mas não foi isolado. Na última rodada da Série C do Campeonato Brasileiro, um caso foi registrado e teve o desfecho esperado, com o agressor preso.

 

No sábado (20), em Teresina, o Altos-PE recebeu o Ypiranga-RS pela quarta rodada no Estádio Lindolfo Monteiro. Ofendido por causa da cor de sua pele, o goleiro Caique, do time gaúcho, fez a denúncia ao árbitro Arthur Gomes Rabelo, o jogo foi paralisado e o agressor acabou detido pela polícia.

 

Natural de Salvador, Caique, 25 anos, deu um exemplo de como agir em situações assim. Não é uma decisão fácil, mas necessária. “Ele fez menção ofensiva à cor da minha pele. Fez duas vezes. Na segunda, consegui identificá-lo e deu no que deu, com a ação rápida da polícia. O que me deixou mais triste é que a agressão partiu de um homem da minha cor. Isso me feriu demais”, contou Caique.

 

Depois de muitas mensagens de apoio, de amigos, parentes, colegas e profissionais do clube e de dirigentes do Ypiranga, Caique tentou serenar. O jogo havia sido realizado no sábado. No domingo, de folga, ele resolveu assistir pela TV à partida entre Real Madrid e Valencia, pelo Campeonato Espanhol.

 

Foi quando se surpreendeu e se revoltou com as manifestações contra Vinícius Júnior. “Aquilo me deixou muito indignado. Eu estava sob o efeito do que havia me ocorrido na véspera e vi a barbaridade que fizeram contra o Vinicius Júnior. Aí desabei.”

 

Caique defende punições severas contra o racismo nos estádios (e fora deles). Lembra que o ato se trata de um crime. Para o goleiro, seria importante que os torcedores também ajudassem a identificar os autores das ofensas durante os jogos. “É uma questão que está acima da paixão pelo clube. Já sofri com o racismo em outras partidas e sofro em situações do dia a dia. A gente não aguenta mais isso.”

 

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