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Tony Montalvão não sabe se ainda continua a frente do Itaporã
Campeão da Série B do Campeonato Estadual e de volta à primeira divisão, o Itaporã comemora o retorno do bom momento de um dos times mais temidos do interior do Estado. Fundado em 2008, o time da chamada "Cidade Pedra Bonita" subiu para a primeira divisão, também com o título, no mesmo ano e raramente perdia jogos no Estádio Chavinha, a sua casa. Por isso, repetia, ano após ano, boas campanhas no Campeonato Estadual, terminando entre os quatro primeiros nos dois primeiros anos na Série A e repetindo o feito em 2013.
No ano seguinte o time sofreu com a falta de suporte do poder municipal e terminou o Campeonato Estadual rebaixado. No segundo semestre, herdou a vaga na Série D do Campeonato Brasileiro com a desistência de Cene e Naviraiense, os primeiros colocados em 2013, e uma decisão equivocada da sua diretoria, acreditando que o apoio municipal aconteceria, levou o time para a disputa. Porém, sem recursos, jogadores e fornecedores não foram pagos e abandonar a competição faltando três rodadas para o fim da primeira fase, apesar das possibilidades reais de classificação, foi o caminho, o que parecia ser o fim da curta história do clube.
Neste ano, quando até a participação no campeonato da segunda divisão era uma incógnita, a solução foi uma parceria com empresas que estivessem dispostas a gerenciar o clube, o que sempre foi visto com desconfiança dada as experiências anteriores do próprio Itaporã e de outros clubes. Porém, a chegada da TNY Sports ao clube se mostrou a escolha mais acertada de uma diretoria que não tinha nenhum plano, a não ser desistir da disputa.
Responsável pela TNY, Tony Montalvão foi conduzido a presidência do Itaporã e pôde, assim, tomar todas as decisões e planejar os investimentos necessários. Segundo ele, o primeiro passo foi fazer o comércio e os torcedores voltarem a acreditar no time. "Tivemos primeiro que pagar algumas contas que ficaram do último ano e limpar o nome do clube. Mostrar que a nova gestão não iria repetir erros anteriores e nossas atitudes depois trouxeram essa confiança de volta". Com os jogadores, o caminho foi o acordo. "Negociamos dívidas trabalhistas e duas estão em curso de pagamento e outras duas vamos fazer propostas para novos acordos", explica.
Durante a competição o time contou apenas com o apoio da Mar & Terra, que foi responsável por todo o gelo utilizado durante jogos e treinos e alguns empresários que colaboraram com a doação de alimentos para o refeitório dos atletas, no bar durante os jogos e em atividades rotineiras. Apesar disso, Tony explica que o clube termina a Série B sem nenhuma pendência para a próxima temporada. "Na quarta-feira vamos resolver todas as situações financeiras com os jogadores, inclusive as passagens necessárias para que retornem aos estados de origem. Em 2016 o planejamento pode começar do zero, sem essa preocupação".
Sobre o futuro, o ainda presidente prefere não especular. Segundo ele, que se encontra em Jaboticabel-SP, sua cidade natal, até quarta-feira, quando retorna para Itaporã, segue conversando com investidores para saber qual o destino na próxima temporada. Em entrevistas anteriores, Tony se mostrava desiludido com a falta de apoio local, "No jogo mais importante do Itaporã, nem o Prefeito apareceu para prestigiar o clube da cidade", mas eu tinha assumido um compromisso e ia até o fim. "Nossa missão é colocar o Itaporã na primeira divisão, depois vamos pensar no futuro". O Itaporã está de volta, campeão e sem dívidas.
