A nadadora Rebeca Gusmão rompeu o silêncio e disse aprovar o inquérito criminal que está sendo comandado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que investiga se houve fraude no exame de urina da atleta. Suspensa preventivamente, a nadadora é acusada de doping por testosterona em exame realizado pela Fina (Federação Internacional de natação).
Rebeca disse esperar que, com a investigação, outras pessoas envolvidas no caso sejam ouvidas, o que provaria sua inocência. A nadadora criticou a postura do diretor médico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Eduardo De Rose, que definiu que incriminar Rebeca seria uma "questão de honra".
"Acho ótimo que outras pessoas sejam investigadas, porque parece que já fui condenada sem ter sido julgada", afirmou Rebeca ao Globo Esporte nesta terça-feira. "Ele (De Rose) disse isso, mas foi o único que já foi ouvido pela polícia. Quando todos falarem, estou certa de que as coisas vão complicar para o lado dele. É ele quem tem que se explicar, dizer o que pretende ao dizer isso." De Rose depôs à comissão nesta segunda-feira.
A nadadora, que alega inocência, sugeriu que suspeita do relatório que será entregue à comissão investigadora pelo médico. "Ele é quem vai fazer esse relatório médico. Espero que as análises sejam feitas de forma adequada", disse.
Rebeca também lamentou a falta de apoio por parte do presidente da CBDA, Coaracy Nunes. "Ele estava me ajudando muito, mas deixou o caso. Acho que pode ter sido influenciado por outras pessoas", disse.
A nadadora também falou sobre o dia do exame em que a escolta Adriana Salazar não a acompanhou na sala de coleta, durante os Jogos Pan-Americanos. "Na hora do exame, me falaram que a Adriana tinha tido algum problema e ido embora. Estava uma zona lá, não estavam dando conta", continuou Rebeca.
A nadadora acrescentou ainda que tem, em mãos, relatório do Ladetec que comprova a produção acima da média de testosterona, mas que o hormônio seria de origem endógena (produzido dentro do corpo).
(Com informações do UOL)
