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Quinta-feira, 09 de Agosto de 2018, 19h:15

Concessão é mais do que duplicação

Por Mauricio Cintrao Franca*

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Desde que a CCR MSVia assumiu a responsabilidade por administrar, operar e modernizar a BR-163/MS, em 2014, a concessão mudou o quadro de violência do tráfego no Estado do Mato Grosso do Sul. Foram 86 mortes na rodovia naquele ano, número que vem caindo gradativamente.

Mauricio Cintrao Franca/Divulgação

Roberto de Barros Calixto - Artigo

Roberto de Barros Calixto


Tomando o patamar de 86 mortos de 2014 como referência, podemos dizer que nosso trabalho evitou que ocorressem 71 mortes na BR-163/MS entre 2015 e 2017. Ao final deste ano de 2018, essa redução será ainda mais expressiva. A concessão salva vidas.

Essa estrutura custa caro, cerca de R$ 15 milhões ao mês. É preciso de recursos para mantê-la. Trata-se de equipamentos, tecnologia e recursos humanos qualificados. Nossa equipe tem cerca de 800 colaboradores diretos, além de cerca de outros 2.000 colaboradores de empresas fornecedoras.

E não é só operação. Recolhemos nos primeiros 6 meses de 2018, cerca de R$ 11,2 milhões em ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) sobre obras, serviços e pedágio. Desde o início do nosso trabalho, já recolhemos às Prefeituras perto de R$ 90 milhões em pouco mais de quatro anos. Isso é contribuição social.

Continuamos gerando tecnologias e conhecimento a partir da busca incessante de respostas aos desafios do dia-a-dia. Mais de 470 câmeras em CFTV (Circuito Fechado de TV) dão novas perspectivas ao monitoramento da rodovia e ações possíveis de segurança viária e segurança pública. Nossa tecnologia afugentou muitos marginais.

Há treinamentos periódicos das nossas equipes, além de preparação e formação de novos profissionais. Somos responsáveis por uma nova geração de prestadores de serviço no Estado, criando funções e vagas que não existiam antes. Temos sob nossa responsabilidade a geração qualificada de empregos e formação técnica apropriada.

Antes da CCR MSVia, o usuário ficava ao Deus dará na rodovia. Hoje, isso não acontece mais. Dia e noite, de segunda a segunda, estamos presentes na BR-163/MS. São cerca de 500 profissionais do Serviço de Atendimento ao Usuário - SAU, 80 viaturas, 17 bases operacionais e um complexo sistema eletrônico de comunicação e monitoramento.

Até junho de 2018, foram atendidas 502.268 ocorrências nas pistas da BR-163/MS. Desse total, foram registrados 14.048 atendimentos pré-hospitalares, dos quais, mais de 58% (8.189 atendimentos) envolveram atendimentos clínicos, não acidentes. Mais do que operar a rodovia, estamos prestando serviços gratuitos de saúde à população.

E evitamos acidentes nos antecipando no atendimento a panes. 166.604 ocorrências registradas pelo SAU envolveram panes mecânicas, problemas em pneus, panes secas, superaquecimentos de motor, panes elétricas e baterias descarregadas. Nossas equipes chegaram rapidamente para atender aos usuários, sinalizar os locais e remover veículos.

Temos orgulho do que a Concessionária fez por Mato Grosso do Sul. Mas, infelizmente, em função de fatores externos à empresa, nenhum deles imputáveis ao nosso trabalho, tivemos que arguir o contrato e o Poder Concedente na Justiça.

Queremos continuar trabalhando. Mas se as condições de trabalho não forem revistas, o contrato de concessão será ferido de morte. E nem nós, que transformamos a BR-163/MS em Rodovia da Vida, conseguiremos salvar a concessão.

Concessão que é muito mais do que duplicação. É manutenção, conservação, tapa-buraco e operação 24 horas por dia, todos os dias da semana. Esse trabalho custa caro e precisa ser remunerado pelo pedágio.

 

 

*Roberto Calixto

Engenheiro civil e Diretor-Presidente da CCR MSVia