Projeto de uma marca de refrigerantes reuniu os memes mais famosos das redes sociais em um edifício da Cidade do México
O México abriu, ainda que por apenas dois dias, o primeiro museu de memes do mundo: entre 7 e 9 de dezembro, um espaço aberto na Cidade do México, capital do país, expôs alguns dos memes mais populares que circulam pelas redes sociais mundiais nos últimos anos.
O museu, na região norte da capital mexicana, foi dirigido por um curador de memes, Eduardo Granja, dono de uma conta famosa no México chamada Memelas de Orizaba, e teve o patrocínio de uma marca de refrigerantes. Granja, no entanto, foi o encarregado de selecionar quais imagens entraram na exposição.
A ideia, segundo ele, era recolher desde os mais conhecidos a nível internacional, como o vídeo de animação do gato Nyan, e um rosto sorrindo que ficou conhecido como "troll" (o primeiro meme da história), até memes mais localizados, como o de uma mulher tentando tirar um capacete aberto sem desafivelar as alças sobre o rosto.
Os memes, no entanto, foram reinterpretados por artistas locais, como Rilke e Odette Paz. Para Granja, a ideia era mais do que apenas expor os memes, mas explicá-los: "O que eu pensei quando me falaram do projeto é que os memes já têm uma década de vida. O boom das redes sociais e do Twitter foi acompanhado pelo surgimento deles, entre 2007 e 2008", disse. "Muitas das imagens, como intervenções artísticas, são situações em que todos nós podemos nos identificar", completou.
O coordenador do museu também afirmou que queria mostrar uma intenção própria com o projeto. Ele considera que já se passou o tempo para ver como os memes mudaram a vida das pessoas. "Acredito que hoje os memes se tornaram um meio de comunicação. Eles têm uma força cultural importante e, assim, é sensacional que se realize algo em torno deles como esse museu", comemorou.
Brasil
O Brasil, contudo, não pode reclamar: a Universidade Federal Fluminense (UFF) abriu em abril de 2017 seu museu virtual de memes. Obra dos alunos do Departamento de Estudos Culturais e Mídia e coordenador pelo professor Viktor Chagas, o projeto não apenas tenta dar conta de um acervo que não para de crescer, como procura estudar essa nova forma de circulação de informação.
O acervo faz parte de uma série de pesquisas e atividades desenvolvidas na universidade desde meados de 2011. Apelidados de #memeclubes, os encontros periódicos são compostos de projeções de memes – semelhantes a cineclubes –, seguidas de debates. Ao longo dos anos, temas como a cultura LGBT, as pessoas que se transformam em celebridades do dia para a noite por causa de memes e eleições foram discutidas nos encontros.