Notícias de Campo Grande e MS - Capital News

Sexta-feira, 08 de Março de 2019, 18h:32

PRF que matou empresário no trânsito vai à júri em abril

Ele atirou sete vezes em camionete após vítima quase provocar acidente

Caroline Carvalho
Capital News

Está marcado para o dia 11 de abril o julgamento do policial rodoviário federal Ricardo Hyn Su Moon, acusado de ter matado a tiros o empresário Adriano Correia Nascimento, durante desentendimento no trânsito no dia 31 de dezembro de 2016. 

 

O juiz titular da 1º Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida, pronunciou o réu pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. 

 

Ele também responderá por mais duas tentativas de homicídio com as mesmas qualificadoras, de Agnaldo Espinosa da Silva e sua filha, de 11 anos, que também estavam na caminhonete conduzida pelo empresário. 

 

Segundo a denúncia, a briga teria se iniciado após Adriano ‘fechar’ Ricardo ao fazer conversão à direita, na avenida Ernesto Geisel, quase provocando um acidente. Irritado, Ricardo desceu do veículo e, se identificando como policial, abordou as vítimas e chamou por reforço. 

 

Elas chegaram a descer do carro e pediram que ele mostrasse sua identificação, já que o mesmo estava à paisana, e não dava para saber se era mesmo PRF. Diante da recusa, eles retornaram ao carro e Adriano ligou a camionete iniciando manobra para desviar do veículo do acusado, que estava impedindo sua passagem. 

 

Assim que ele saiu com o carro, o policial disparou sete tiros contra a Hillux branca do empresário.  O empresário, dono de dois restaurantes, foi atingido três vezes, duas no peito e uma no pescoço, perdeu o controle do veículo, e bateu em um poste. Ele morreu no local. 

 

Agnaldo quebrou dois membros graças à colisão, e a filha também foi atingida por disparos. O policial permaneceu no local do crime, mas não foi preso, apesar da presença de policiais militares na região. 

 

Mais tarde, ele acabou sendo indiciado pela Polícia Civil, ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF. Em seu depoimento, o policial alegou que agiu em legítima defesa e, apesar do indiciamento, responde ao processo em liberdade.