Luis Carlos Campos Sales
É a terceira vez que Nelsinho Trad (PSD/MS) contesta aumento abusivo da tarifa.
Em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, nessa terça-feira (21), o senador Nelsinho Trad (PSD/MS) questionou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone da Nóbrega, sobre o porquê de Mato Grosso do Sul apresentar um aumento tão expressivo na conta de energia. A insatisfação do senador começou em abril, quando a Aneel aprovou o reajuste de 12,48% na tarifa de energia elétrica para consumidores residenciais.
De acordo com a assessoria de Nelsinho Trad, durante a sessão no plenário, o senador afirmou que o reajuste é abusivo, e perguntou o que pode ser feito para que haja uma redução dessa taxa. “Gostaria de saber se temos como baixar a nossa tarifa assim como foi feito no Ceará, em que um acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica resultou em uma diminuição de 2,97% do reajuste previsto pela agência reguladora. Tem alguma coisa para fazer?”, questionou ao diretor-geral da Aneel.
Essa foi a terceira vez que o senador Nelsinho Trad fez o contestou a decisão da Aneel. Conforme sua assessoria, a primeira tentativa de acordo aconteceu no início de abril, quando o parlamentar exigiu explicações da agência. Em resposta, a diretora da Aneel, Elissa Bastos Silva, recebeu o senador Nelsinho e as senadoras Simone Tebet (MDB/MS) e Soraya Tronickie (PSL/MS) na Agência, mas o senador não se deu por satisfeito e continuou com as cobranças.
Um mês depois, Nelsinho voltou a cobrar a Aneel em plenário, usando o exemplo do Ceará, e manifestou sua esperança de que a empresa que fornece energia em MS, junto com as autoridades competentes, seguissem o mesmo caminho para chegar a um consenso, porém, o senador novamente não foi atendido.
“Temos um problema grave no estado, o trabalhador reclamando, os empresários, isso gera desemprego, não fomenta a economia, o estado está sentindo muito com esse reajuste acima da inflação”, contestou Nelsinho. Ele ainda afirmou que isso vai na contramão do que todos sonham para o Brasil, um país com geração de emprego, renda e desenvolvimento.
Em resposta
O diretor-geral da Aneel, André da Nóbrega, justificou que no momento a tarifa de energia do MS não pode ser reduzida, porque o Estado apresenta, hoje, um dos índices mais baixos do país, sendo de 10 consumidores por quilômetro de rede. O que faz com que menos pessoas custeiem os ativos de distribuição e logo a tarifa tende a ser maior.
“São poucos consumidores, e que consomem pouco, e isso eleva o valor da tarifa. Além disso, Mato Grosso do Sul não tem uma atividade industrial muito elevada. São apenas 38% consumidores de alta tensão, ou seja, indústrias, e o restante é consumo residencial”, explicou André da Nóbrega.
Luis Carlos Campos Sales
Audiência pública com o diretor-geral da Aneel aconteceu na manhã dessa terça-feira (21).
Ainda conforme o diretor-geral da Aneel, Mato Grosso do Sul apresenta uma das menores tarifas dos centro-oeste, mesmo com essas características. “Agora temos que trabalhar numa agenda de desoneração da tarifa, para reduzir o custo de geração, o custo das térmicas do país, respeitando os contratos pactuados mas revendo-os assim que possível”, ponderou.