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Quarta-feira, 31 de Julho de 2019, 17h:12

Pesquisadores suíços descobrem método para inibir metástase de pacientes com câncer

Por Pérola Cattini

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Descoberta foi anunciada no começo do ano e pode diminuir o ritmo letal de metástases

Divulgação

ColunaBem-Estar

A fase mais complicada do câncer é a metástase, quando as células cancerígenas se espalham pelo corpo. Agora, pesquisadores da Universidade da Basiléia e do Hospital Universitário, na Suíça, descobriram uma substância que suprime a formação da metástase, segundo um artigo publicado na revista científica Cell por um time de biólogos moleculares, computacionais e médicos.

O desenvolvimento da metástase é responsável por mais de 90% das mortes relacionadas com pacientes com câncer, e pessoas que chegam nessa fase da doença são normalmente consideradas "incuráveis" por qualquer faculdade de biomedicina.

A pesquisa, liderada pelo biomédico Nicola Aceto, afirma que células circulantes cancerígenas (CTCs, na sigla em inglês) são células que criam um primeiro tumor e entram na corrente sanguínea espalhando metástases em diversos lugares. Essas CTCs podem ser encontradas no sangue de pacientes sozinhas ou em grupos -- essas são as que geram a metástase.

A descoberta, assim, foi perceber que grupos de células cancerígenas geram mudanças epigenéticas fundamentais na distribuição de metástases pelo corpo -- mudanças que permitem às CTCs imitarem algumas propriedades das células-tronco embrionárias, incluindo a habilidade de se proliferar mantendo as capacidades de formação de tecidos. Os cientistas também demonstraram que essas mudanças epigenéticas são totalmente reversíveis quando as CTCs são separadas.

Descoberto isso, os pesquisadores testaram mais de 2,4 mil compostos aprovados por entidades internacionais para várias indicações diferentes até encontrarem inibidores com a inesperada habilidade de dissociar célular CTCs. "Nós pensamos em agir de forma diferente das abordagens atuais, e procuramos identificar drogas que não matam células cancerígenas, mas apenas as separa', disse Aceto ao site da universidade.

Na luta contra o câncer de mama, a metástase permanece o maior perigo, mas essas descobertas nos mecanismos de formação dela foram resultado de esforços colaborativos entre várias áreas do conhecimento. "Nossa abordagem ambiciosa não teria sido possível sem biólogos, médicos e o suporte de plataformas de tecnologia", finalizou Aceto.