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Quinta-feira, 01 de Agosto de 2019, 12h:12

O que é o Tiktok, a rede social dos adolescentes que chegou com força no Brasil

Por Gustavo Torniero

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

Em novembro de 2018, a companhia já tinha se tornado a startup mais valiosa do mundo

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Se você tem menos de 24 anos e não trabalha com redes sociais, a possibilidade de não conhecer o Tiktok é grande. A plataforma surgiu na China - onde sites como Facebook e Instagram são bloqueados - e ganhou popularidade pela espontaneidade e pelos vídeos curtos de até 15 segundos.

A rede foi criada pela empresa ByteDance, em um acordo de união com o antigo musical.ly - app de dublagem que também fazia um estrondoso sucesso na China. Em novembro de 2018, a companhia já tinha se tornado a startup mais valiosa do mundo, ultrapassando até mesmo a Uber, com um valor de mercado de 75 bilhões de dólares.

O negócio entre as empresas foi fechado em novembro de 2017 e o valor da aquisição não foi informado, embora especule-se que tenha girado em torno de 800 milhões a 1 bilhão de dólares. Mas, oficialmente, o app só teve o nome modificado em agosto do ano passado.

O número de downloads do aplicativo já superou a marca de 1 bilhão, de acordo com o monitoramento feito pela empresa de análise de mercado mobile Sensor Tower. No ano passado, foram feitos 663 milhões de downloads do aplicativo TikTok - para efeito de comparação, o Facebook e o Instagram tiveram 711 milhões e 444 milhões de novas instalações, respectivamente.

Mas por que tantas pessoas passaram a instalar o app no smartphone e fazer uso da rede social? O Tiktok foca em um público extremamente jovem, sendo que  41% da base de usuários está na faixa etária  entre 16 e 24 anos. Os vídeos possuem cunho de humor e entretenimento, com dublagens de músicas, tutoriais de maquiagem e outros conteúdos que podem ser consumidos de forma rápida e fácil. Os usuários também podem interagir com os conteúdos, curtindo as publicações, por exemplo.

Mas o grande ativo do Tiktok é o uso da inteligência artificial para fazer a curadoria de conteúdo. Enquanto no Instagram e no Facebook as páginas e perfis que você segue ainda possuem um grande peso para determinar o que o algoritmo deve mostrar, no Tiktok é a IA que domina toda a seleção de conteúdos. Quanto mais o usuário utiliza, mais acertadas são as sugestões.

No Brasil, o app chegou com grande aceitação pelo público adolescente. Alguns perfis chegam a ter milhões de seguidores, com vídeos que não ultrapassam a marca de 15 segundos. É o caso de Bruno Carvente, do perfil @iBugou, especializado em truques de edição de vídeo e a maquiadora Letícia Gomes ( @leticiafgomes ) - ambos gastam uma média de três dias para produzir um vídeo, de acordo com o Jornal O Globo.

Alguns artistas e youtubers também começam a fazer conteúdo específico para a rede social - é o caso de Whindersson Nunes e de Tirullipa, que postam vídeos de humor,  além da cantora Anitta.

Problemas com publicidade infantil e privacidade

Apesar de todo esse buzz em torno do aplicativo, a empresa enfrentou problemas relacionados à publicidade para crianças e à privacidade dos usuários. Em fevereiro de 2019, a Federal Trade Commission, agência norte-americana de proteção ao consumidor, acusou o app de violar a privacidade de menores de 13 anos ao obter informações sem a autorização dos pais. Tal prática é vedada pela lei de Proteção à Privacidade Online para Crianças do país.

À época, o aplicativo recebeu uma multa de US$ 5,7 milhões. A partir de então, a plataforma passou a proibir que menores de 13 anos criassem perfis e subissem vídeos - eles só poderiam curtir conteúdos e seguir usuários.

“No Brasil, o aplicativo ainda está limitado à comunidade de pré-adolescentes. Isso não tira o valor da plataforma, mas dificulta a questão do marketing. Não é toda marca que encara os desafios de dialogar com o jovem obedecendo às regras da publicidade infantil. Ainda assim, eu acredito que é uma rede que tem um grande potencial de crescimento”, disse Gabriel Borges, VP de estratégia da Ampf, em entrevista ao portal Meio & Mensagem. Seja como for, o app continua sendo febre ao redor do mundo - inclusive entre os brasileiros.