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Domingo, 22 de Setembro de 2019, 10h:22

Ser campo-grandense

Por Ana Carolina de Deus*

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Ser  campo-grandense é ser batalhadora, ter espírito de guerreira e ter a sede de vencer, é sonhar além do impossível. Ser campo-grandense é ter orgulho de pisar na terra vermelha, ver os Ipês florescerem na estação, é ver o pôr do sol no Parque das Nações Indígenas, tomando aquele téres com os amigos.

Acervo pessoal

Ana Carolina de Deus - Artigo

Ana Carolina de Deus

 

Ser campo-grandense é namorar no Lago do Amor, admirando as capivaras e o doce som dos pássaros. É comer sobá na Feira Central, é dançar vaneirão, é ir a um bailão dançar chamamé até desgastar o solado da bota e levantar a poeira vermelha do chão. Ser campo-grandense é, no dia do aniversário da sua irmã, ficar abaixada atrás de uma moita agarrada a uma cartela de ovos e, quando ela aparece, é surpreendida com uma boa ovada, daí é diversão geral.


Ser  campo-grandense é ir a uma festa open bar e ficar chapada e no dia seguinte ir com uma ressaca daquelas para serviço ou aula, como se nada houvesse acontecido. Ser campo-grandense é quando estiver estressada colocar o fone de ouvido e não pensar em mais nada, subir no ônibus rumo a lugar nenhum, somente para observar as pessoas e a paisagem da linda Cidade Morena.
Ser campo-grandense é falar “eita pega” quando se surpreende, é achar que tudo fica logo ali, mesmo que seja do outro lado da cidade. Ser campo-grandense é não se esquecer de sua nação indígena e, olhe que maravilha, ser campo-grandense, é ter uma aldeia indígena próximo ao centro da cidade pra poder levar os amigos de outras cidades para conhecê-la.


Ser campo-grandense é passar uma pessoa bonita na sua frente e dizer “aow potência”. Ser campo-grandense, é ir aos domingos andar de patins na Orla Morena, é ter a agenda lotada de shows e eventos culturais. É se orgulhar ao ver na televisão pessoas famosas, como o cantor Luan Santana, dizendo que tem orgulho de ter nascido aqui, que esta cidade  ajudou em sua formação de caráter, o ensinou a ser humilde, batalhador e a alcançar seus objetivos. Ser campo-grandense é ir com a família à Base Aérea ver a Esquadrilha da Fumaça. É ficar empolgada ao saber que mais projetos surgem e se realizam para deixar a nossa cidade ainda mais maravilhosa, é ter orgulho em sonhar com o maior aquário de água doce do país, assim, bem pertinho de casa.


Ser campo-grandense, é ser caipira sem deixar de ser moderna e atualizada, é ser doce e chucra ao mesmo tempo, é olhar o horizonte e ter esperança no amanhã, é acreditar que um dia é melhor que o outro, e que, por mais que aqui não se tenha mar e praia, há cachoeiras com água doce e cristalina, o Aquífero Guarani, araras-azuis passando pela janela logo cedinho, quando ainda se está tomando o café da manhã.


Ser campo-grandense é ser humana e doce em uma terra quente, com um povo hospitaleiro e amável, que está de braços abertos para o moderno sem se esquecer de suas raízes do passado, que em muito engrandece e ensina, os jovens como eu, que na vida o hoje é maravilhoso, mas o ontem foi magnífico, ser campo campo-grandense é ter orgulho da raiz, sem ser cafona, por isso eu amo esta minha Cidade Morena, Campo Grande.

 


*Ana Carolina de Deus

Acadêmica do ultimo ano do curso Bacharelado em Letras pela UEMS.