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Domingo, 13 de Outubro de 2019, 11h:58

Risco de câncer de pele é maior em trabalhadores ao ar livre

Por Pérola Cattini

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Há maiores chances de cura se o tumor for detectado e tratado precocemente

Divulgação

ColunaMarcoEusébio

No começo de 2016, um grupo da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV, na sigla em inglês) revelou o que boa parte da comunidade científica e médica já sabia: trabalhadores que realizam tarefas ao ar livre possuem mais chances de desenvolver câncer de pele. Na verdade, a probabilidade é duas vezes maior do que em pessoas que atuam em ambientes fechados, depois de um período de cinco anos de atividade. Menor conhecimento sobre saúde e baixa prevenção são alguns dos fatores que contribuem para este cenário.

O Instituto Melanoma Brasil realizou, em maio de 2019, a campanha "Trabalhe com segurança. Proteja sua pele”, para conscientizar os profissionais sobre os perigos de se expor ao Sol sem nenhum tipo de cuidado. Surgimento de manchas, pintas ou mudanças na pele são indicativos de alerta para quem deseja detectar de forma prévia a doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado e tratado precocemente.

Apesar do câncer de pele não melanoma ser o mais frequente e com menor taxa de mortalidade, se não tratado, pode provocar mutilações expressivas. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. O instituto afirma, no entanto, que, com a exposição excessiva de jovens ao Sol, a média de idade vem diminuindo.

Em 2018, houve 165.580 novos casos no Brasil, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres, de acordo com o INCA. Em 2015, o número de mortes chegou a 1.958, sendo 1.137 homens e 821 mulheres. Exposição prolongada e repetida ao Sol (raios ultravioletas - UV), ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino e ter história familiar ou pessoal de câncer de pele, aumentam ainda mais o risco.

O Instituto Nacional do Câncer ainda diz que pessoas que trabalham sob exposição direta ao Sol são mais vulneráveis ao câncer de pele não melanoma. Outros fatores de risco incluem indivíduos com sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial. Alguns estados possuem maiores taxas de câncer de pele. É o caso do Rio de Janeiro, que em 2017 correspondia a 13,9% de todos os casos no país, aumentando a procura por um dermatologista no RJ.

Como se prevenir, segundo o INCA:

1. Evitar exposição prolongada ao Sol entre 10h e 16h.
2. Procurar lugares com sombra.
3. Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.
4. Aplicar na pele, antes de se expor ao Sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 15, no mínimo.
5. Usar filtro solar próprio para os lábios.