Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Maia diz defende que campanhas eleitorais possam receber financiamento privado
O Fundo Eleitoral destinado a financiar campanhas eleitorais em 2020 pode mais que dobrar de valor em relação às eleições de 2018. De R$ 1,8 bilhão, pode chegar a R$ 3,7 bilhões de acordo com parecer do deputado Cacá Leão (PP-BA), relator das Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. O Fundo foi criado para compensar o fim das doações empresariais nas campanhas eleitorais.
Apesar do descontentamento da opinião pública em relação à questão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que o aumento de R$ 2 bilhões “não é exagero”, apesar dos recursos para isso saírem do Orçamento da União, impactando gastos que seriam destinados à saúde, educação e segurança.
Maia participou nesta sexta-feira de um almoço com parlamentares do PRB na Câmara e, ao sair do encontro, comentou o assunto com jornalistas. “Não acho que é exagero. Acho que uma eleição municipal, com cinco mil municípios com milhares de candidatos a vereador, é uma campanha que vai requerer um custo um pouco maior que a eleição do regime geral”. Segundo ele, o valor é razoável, desconsiderando a situação econômica. “Olha, está se gastando o mínimo possível em relação ao que se gastava”, completou.
Para justificar sua posição em relação ao assunto, o presidente da Câmara defendeu o financiamento privado, proibido desde 2015. “O ideal é o financiamento privado, limitado, sem poder concentrar uma empresa num candidato apenas, com algumas limitações para que a relação entre o deputado e o financiador não seja de dependência. Não há uma decisão ainda [sobre uma possível volta do financiamento privado], e o que sobra é o financiamento público", disse Maia.