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Sexta-feira, 22 de Maio de 2020, 19h:15

O medo da solidão

Por Oscar D’Ambrosio*

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Se há algo que parece apavorar as novas gerações, é a solidão. O tema vem ganhando muito destaque na cinematografia contemporânea, principalmente por um viés feminino, seja pela abordagem de diretoras ou de atrizes que ganham histórias que lhes dão a oportunidade de desempenhos magistrais, com temáticas de grande interesse para psicólogos e psiquiatras.

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Oscar D'Ambrosio

 

Anna T. Schlegel não perde a chance no filme “Pig Hag”, A direção de Colby Holt e Sam Probst é contundente na construção de uma narrativa que tem como protagonista uma enfermeira obesa próxima dos 40 anos que deseja encontrar um autêntico amor, mesmo que ela não tenha muito claro o que isso significa. E, na verdade, quem sabe?

Fã da banda Guns N' Roses, ela conhece em um show um viúvo com três filhos que se apresenta como uma possibilidade de relacionamento mais estável. Mas ele considera o encontro apenas uma oportunidade casual de ter sexo e conversar um pouco. As expectativas dela se frustram e a saída que funciona como válvula de escape é oferecer o corpo gratuitamente para eventuais parceiros via internet.

A atriz consegue explorar com maestria seu rosto de anjo com o corpo volumoso e possui grandes cenas, como a discussão por telefone com a irmã e o diálogo presencial com amigos gays. Nessas oportunidades, a possibilidade de passar o resto da vida sozinha surge com muita força como assustadora, num círculo vicioso que a leva ao pranto ou a uma falsa alegria.

 

 

*Oscar D’Ambrosio

Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.