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Sexta-feira, 14 de Agosto de 2020, 07h:00

Ponto de Inflexão para Reflexão

Por Paulo Eduardo de Barros Fonseca*

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A pandemia do Covid19 precipitou uma enorme e necessária ruptura na sociedade contemporânea. Foi de forma abrupta que a Covid-19 surgiu, deslocando, paralisando e adiando tudo e, sob todos aspectos que se procure analisar, os padrões sofreram repentina descontinuidade. Em pouco mais de 5 meses, pelo caos e sofrimento, a humanidade se viu obrigada a mudar sua insana rotina comportamental.

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Paulo Eduardo de Barros Fonseca - Artigo

Paulo Eduardo de Barros Fonseca

 

Esse é o ponto de inflexão para reflexão!

Isso porque o vírus é absolutamente democrático, não escolhe suas vítimas. Faz mal sem olhar a quem mostrando à humanidade que todos, indistintamente, são absolutamente iguais perante a inteligência suprema que rege o universo, a qual chamamos de Deus.

Em razão dessa sua peculiaridade, as pessoas se viram obrigadas a cumprir o distanciamento social e a se abrigarem em seus lares, resgatando a importância da família como ente basilar da sociedade.

Mais ainda, apesar das dificuldades e aflições individuais, as pessoas se tornaram mais solidárias – mesmo porque como uma não viverá sem a outra -, procurando ajudar os menos assistidos materialmente colocando em prática a mensagem divina do amor. O mesmo sentido as pessoas se uniram em oração, rogando auxílio à espiritualidade para suportar e superar este momento. A pandemia, como reflexo sobre os atos de mudança comportamental voltados para o socorro fraterno e solidário, produziu o amor ao próximo preconizado por Jesus.

Outro aspecto interessante é que todas obrigações – profissionais, sociais, etc. – perderam importância. A forma de trabalhar, estudar e até mesmo de se comunicar com outras pessoas mudou. A tecnologia, decorrente do enorme avanço cientifico e tecnológico vivenciado pela humanidade nos últimos 100 anos, ajudou as pessoas a se reposicionarem socialmente.

Questões estruturais apontadas como críticas pela ciência, tais como: a emergência climática, a aniquilação em curso da biodiversidade e o adoecimento coletivo dos organismos foram mitigadas com a melhoria dos respectivos índices, numa clara demonstração que de “homo homini lupus”, ou seja, o homem é o lobo do homem, cuja metáfora quer dizer que o homem ameaça a própria espécie.

Por essas razões, e por tantas outras, é que afirmo que estamos vivendo um ponto de inflexão e as pessoas – toda pessoa -, como uma necessidade, precisam refletir sobre o que desejam para si e para as gerações futuras, de modo que os próximos anos serão fundamentais para a história da humanidade.

A pandemia vai passar e a humanidade precisa sair fortalecida deste momento rico em oportunidades para que não recaia nas mesmas mazelas que fizeram com que os homens e planeta adoecessem.

No esforço de progredir, todos trazem em si instrumentos indispensáveis a manutenção da própria paz e quanto mais preencherem os espaços mentais com as ideias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão mais aumentam a sua capacidade de conquistar amplos recursos para o progresso.

Neste momento de evidente transição planetária, pelo bem do planeta, esse é o trabalho de amor e caridade que se espera da humanidade.

 

 

*Paulo Eduardo de Barros Fonseca

Vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.