Notícias de Campo Grande e MS - Capital News

Sábado, 21 de Novembro de 2020, 11h:13

Morte de João Alberto causa indignação e revolta

Em São Paulo, manifestantes colocaram fogo em uma loja do Carrefour

Elaine Silva
Capital News

Reprodução/Facebook

Seguranças do Carrefour espancam até a morte um homem negro

João Alberto

 

A morte de João Alberto Freitas, 40 anos, deixou uma uma extensão de indignação e revolta. Ele foi espancado até a morte por dois seguranças até a morte, no estacionamento do Carrefour, no Rio Grande do Su, na véspera do Dia da Conciência Negra. 

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse hoje (20) ser “escandalosa” a notícia do assassinato “bárbaro”.  “O Dia da Consciência Negra amanheceu com a escandalosa notícia do assassinato bárbaro de um homem negro espancado em um supermercado. O episódio só demonstra que a luta contra o racismo e contra a barbárie está longe de acabar. Racismo é crime!”, escreveu o ministro em sua conta oficial no Twitter.

 

Em sua conta oficial também no Twitter, o ministro Luís Roberto Barroso lembrou o julgamento em que o TSE determinou distribuição proporcional de recursos de campanha entre candidatos brancos e negros. Ele escreveu que o país tem o “dever de reparar a chaga moral da escravidão”.

 

Já a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou hoje (20) a morte de um homem negro que foi espancado em um supermercado de Porto Alegre (RS), na noite de ontem (19), véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado nesta sexta-feira (20). “A vida de mais um brasileiro foi brutalmente ceifada no estacionamento de um supermercado, no Rio Grande do Sul. As imagens são chocantes e nos causaram indignação e revolta”, escreveu a ministra em publicação nas redes sociais. Conforme a Agência Brasil, o ministério está formulando uma política de direitos humanos das vítimas de crimes. “Nós do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos estamos trabalhando para que nenhum pai de família, ou quem quer que seja, passe por situação semelhante”, destacou. “Chega de violência, chega de tanta barbárie. Temos muito trabalho pela frente para mudar essa realidade no país”, acrescentou.

Reproduçaõ/vídeo

Seguranças do Carrefour espancam até a morte um homem negro

Momento que José Alberto foi espancado até a morte

 

Indignação 

Ao comentar a morte de João o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, declarou que "para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui", afirmou Mourão. Ele ainda classificou a morte como "lamentável" e disse que o caso é de uma "segurança totalmente despreparada". 

 

Protestos 

A 17ª Marcha do Dia da Consciência Negra, realizada na sexta (20), na capital paulista, foi marcada por protestos. Quando o ato passava em frente a uma loja do Carrefour, na Rua Pamplona, alguns manifestantes entraram na loja, quebraram produtos e causaram um princípio de incêndio, que foi controlado pelos próprios funcionários da empresa.