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Sábado, 06 de Março de 2021, 16h:11

Tendência da telemedicina: por que a modalidade aponta crescer no Brasil

Por Alice Bachiega

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

Pandemia acelerou tendências e impulsionou a aderência de médicos e pacientes às consultas remotas; saiba mais sobre a modalidade da telemedicina

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A pandemia do novo coronavírus, que, no Brasil, estourou em março de 2020, acelerou muitas tendências que, antes, apenas apontavam para um futuro longínquo.


Entre os serviços que ganharam notoriedade neste período está a telemedicina. A prática já era conhecida, mas pouco utilizada pelos pacientes no Brasil, principalmente devido à falta de regulamentação e ao hábito de ir presencialmente aos consultórios médicos. Contudo, durante a pandemia, a busca por diminuir a propagação do Covid-19 fez com que autoridades se voltassem às regulamentações da telemedicina e que os próprios pacientes recorressem a alternativas que não os expusessem ao contágio.


Tudo isso porque o atendimento à distância traz uma série de benefícios aos pacientes e ao sistema de saúde. Ao não precisar se transportar para uma unidade de saúde, as pessoas não se expõem no transporte público e em ambientes médicos suscetíveis à presença dos mais variados vírus. Do outro lado, hospitais recebem menor contingente de pacientes, contando com mais espaço disponível para doentes que realmente precisam de cuidados presenciais e protegendo seus funcionários, que atendem presencialmente menos pessoas. Além disso, os pacientes propriamente infectados ou com suspeita de Covid-19 conseguem permanecer em quarentena e diminuir a circulação do vírus.


Antes da pandemia, algumas práticas médicas que contavam com o uso de tecnologias da informação e comunicação já eram usadas, como o envio de resultados de exames laboratoriais por e-mail, os prontuários eletrônicos e a marcação de consultas online. Mas a telemedicina, de fato, ainda não era muito difundida.


Em março de 2020,  o Conselho Federal de Medicina publicou uma resolução que permite o trabalho remoto de médicos, e o Ministério da Saúde ratificou a liberação do uso da telemedicina em uma portaria no Diário Oficial da União. No entanto, tudo foi tratado com caráter de excepcionalidade, neste caso, enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. Neste ínterim, três práticas estão liberadas: a teleorientação – transmitir encaminhamentos para pacientes em isolamento –, o telemonitoramento – acompanhar indicadores de saúde do paciente à distância – e as teleinterconsultas – troca de informações entre médicos.


A Capterra, plataforma de busca e comparação de softwares, realizou uma pesquisa sobre a adoção das consultas à distância no Brasil em dezembro de 2020, entrevistando 1.004 pacientes de todo o país. Segundo o estudo, seis de cada dez pacientes sabem o que é a telemedicina. Destes, 55% afirmam já terem realizado uma consulta nesta modalidade. Ademais, 46% das pessoas que já utilizaram o serviço dizem que aumentarão o uso após o fim da pandemia.


Segundo a pesquisa, a aderência a telemedicina também começa a influenciar na escolha dos pacientes ao escolher os profissionais consultados. O motivo apontado por quatro de cada dez entrevistados para a preferência por consultas à distância foi o medo da exposição a uma possível contaminação.


Entre os que já se consultaram por meio da modalidade, 54% dizem que a escolheriam se tivessem os sintomas da Covid-19, como febre, dor de garganta, tosse e dificuldade para respirar.