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Domingo, 21 de Março de 2021, 11h:57

América Latina não está pronta para receber novas tecnologias, afirma ONU

Por Alice Bachiega

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

Organização das Nações Unidas aposta timidamente em Brasil, Chile e Argentina

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A América Latina não tem o melhor ambiente para receber novas tecnologias ou, até mesmo, a evolução delas, como inteligência artificial (IA) ou big data, segundo índice produzido pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), da Organização das Nações Unidas (ONU). Na classificação, entre 158 economias, os países latino-americanos mais bem posicionados são Brasil (41ª), Chile (49ª), México (57ª), Costa Rica (61ª), Argentina (65ª) e Panamá (67ª).


No topo da tabela aparecem Estados Unidos, Suíça e Reino Unido, além de economias como  Coreia do Sul (7º), Alemanha (9º), França (13º), Japão (18º) e Espanha (21º). China e Índia, apesar de serem líderes no ranking de desenvolvimento, ocupam a 25ª e a 43ª posições, respectivamente, por conta de falhas nas telecomunicações.


Para realizar a classificação, aspectos como pesquisa e desenvolvimento em novas tecnologias, situação da indústria local de telecomunicações, capacitação para novos setores, facilidades de financiamento na área e implantação geral dessas indústrias no país foram analisadas.
Na análise, a organização define tecnologia em vários segmentos, não apenas do ponto de vista da inteligência artificial, mas também na área de internet das coisas, blockchain, redes 5G, impressão 3D, robótica, drones, edição de genes, nanotecnologia e fotovoltaica. A Unctad também aponta que as novas tecnologias são capazes de promover evolução econômica nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento.


"É fundamental que os países em desenvolvimento não percam a onda de tecnologias de ponta, se não as desigualdades se aprofundarão ainda mais", disse a secretária-geral da Unctad, Isabelle Durant, que pediu às sociedades e empresas um melhor preparo para reduzir a lacuna.

Desafios
No relatório, a organização enfatiza que, mesmo que as novas tecnologias sejam essenciais para a evolução e facilitação de processos, como os documentos digitalizados ou a inteligência artificial, há ainda desafios para encarar com o aumento do uso da tecnologia. Neste cenário, ressalta-se a importância de criar alternativas, para que a automatização não substitua o trabalhador humano em larga escala, seja no setor industrial, com parte do trabalho braçal ou em serviços fisicamente mais tranquilos.


Isso porque, nesta situação, o maior uso da tecnologia não ajudará no desenvolvimento efetivo do país, já que, apesar de a indústria crescer, terá uma parcela da população no desemprego.

Na prática
A expectativa é de que, com o cenário propenso à tecnologia – explicitado como um dever do governo –, os avanços já vistos nos últimos anos sejam ainda maiores. Na prática, a inteligência artificial, por exemplo, permite que o cidadão consiga certa independência de alguns serviços, como o bancário, e faça seu próprio pedido de empréstimos. Com a evolução do sistema, outras possibilidades devem ser alcançadas.