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Domingo, 12 de Junho de 2022, 09h:58

O que Santo uniu, o homem não separa

Casais disseram sim, após encontrar aliança em bolo de Santo casamenteiro

Renata Silva
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

O que Santo uniu, o homem não separa

Cirlene e José Carlos no dia do casamento

Dizer o tão sonhado SIM e receber a benção de um padre está cada vez mais difícil para quem deseja casar na igreja, um dos motivos, é que o “juntar” esta ganhando mais espaço. Mas há quem não desiste de seguir a tradição católica e receber o sacramento do casamento, para isso, vale até contar com a ajudinha do Santo Antônio, o santo casamenteiro.

Deurico/Arquivo Capital News

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Devotos de Santo Antônio durante a festa do padroeiro da capital


E foi justamente o que duas jovens, a Cirlene e Juliana, na época, namoradas de José Carlos e Carlos Vinícius fizeram. Elas não se conhecem, não são amigas, mas tinham várias coisas em comum: a fé em Santo Antônio e o desejo de, um dia, se fosse da vontade de Deus, construir uma família.

 

As duas participaram da festa do padroeiro na igreja Santo Antônio em Campo Grande, encontraram a aliança no bolo em 2018 e também se casaram no mesmo ano, em 2020.

Mas por que Santo Antônio é conhecido como o Santo Casamenteiro? A origem de toda essa superstição parte de algumas lendas populares. Uma delas conta que uma moça queria muito se casar, mas não tinha dote para oferecer – isto é, bens materiais para dar à família do noivo.

"Eu sou católica e sempre pedi pra Deus, por intermédio dele e de São José um marido bom, eles me deram"


Desesperada para arrumar essas “doações”, uma vez que uma mulher que não se casasse era vista como inadequada na época, a mulher se ajoelhou aos pés de uma imagem de Santo Antônio e ditou palavras de súplica com muita fé. Pouco tempo depois, moedas de ouro surgiram de repente aos seus olhos e ela, então, pôde se casar.

 

Coincidência, sorte ou superstição, pode pensar o que quiser, mas para as católicas Cirlene e Juliana o santo casamenteiro deu a “forcinha” que faltava para os namorados fazerem a tão aguardada pergunta: Quer casar comigo? “Santo Antônio com certeza ajudou. Eu sou católica e sempre pedi pra Deus, por intermédio dele e de São José um marido bom, eles me deram”, detalhou Cirlene.

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O dia que Cirlene encontrou a aliança. O casal com a Isabela


A Cirlene Cruz, tem 39 anos é gerente de cultura conheceu José Carlos de Lima Júnior de 38 anos advogado pela rede social no dia primeiro de junho de 2018, doze dias depois o convidou para ir a festa de Santo Antônio, lá comeram o bolo juntos. Ela brinca que sabia que casaria “ele ficou surpreso, achou engraçado na hora. No entanto, tempos depois disse ter a certeza que eu era a mulher que ele iria se casar” frisou.

A gerente conta que logo depois José a pediu em namoro, um ano depois noivaram e se casaram na igreja, no final de 2020. Ela já tinha uma filha de outro relacionamento, isabela Cruz de 19 anos, hoje vivem os três “nosso sonho em comum era ter uma família, hoje temos a nossa, nós três, nossa linda família”, detalha.

 

A Juliana Almeida de Azevedo Vanti tem 36 anos é nutricionista e o Carlos Vinícius Martines Vanti de 37 anos engenheiro, os dois já participavam da comunidade Santo Antônio e em 2015 se conheceram no acampamento da igreja. Ela conta que eles eram amigos e sempre estavam juntos nas atividades. Três anos depois fizeram uma viagem com os amigos, o passeio transformou a amizade em namoro “essa viagem nos olhamos diferente pela primeira vez, e já voltamos juntos, poucos dias depois estávamos namorando”, detalhou.

Acervo pessoal

O que Santo uniu, o homem não separa

A família: Juliana, Carlos e o pequeno Gabriel

O casal já participava dos festejos de Santo Antônio, ajudavam no preparo do bolo, na venda dos convites e rezavam a trezena. Em 2018 ela encontrou a aliança no bolo e fez uma surpresa para chamar atenção do namorado “eu comprei um bolo pra mim e um pra ele, comi o meu primeiro e achei a aliança. Aí eu “implantei” a aliança no bolo dele. Quando ele foi comer, encontrou as duas, ficou surpreso, mas depois descobriu que era brincadeira”, detalhou.

"Comi o meu primeiro e achei a aliança. Aí eu 'implantei' a aliança no bolo dele. Quando ele foi comer, encontrou as duas"


O pedido de noivado ocorreu no ano seguinte, em 2020 se casaram e 15 dias depois do casamento engravidaram do pequeno Gabriel Azevedo Vanti. Juliana têm certeza que Santo Antônio abençoou a união deles “primeiro porque nos conhecemos num lugar dedicado a ele, segundo, porque eu nunca tive uma ansiedade para casar, mas eu dizia a Deus que se fosse da vontade dele, que fosse pela intercessão de Santo Antônio, São José e Nossa Senhora. Ele me deu um homem bom e que vive a mesma fé que eu”, declara.

Acervo pessoal

O que Santo uniu, o homem não separa

Dia do noivado e casamento de Juliana e Carlos


Quem tem fé no Santo Antônio e quer comer o bolo e, quem sabe, conseguir realizar o sonho do matrimônio ainda da tempo. Por causa da pandemia, os pedaços serão entregues em drive-thru na segunda-feira (13), a partir das 6h30, na Igreja Santo Antônio, que fica na Rua 15 de Novembro com Travessa Lydia Baís, no Centro.

Ao todo são 7 mil pedaços por R$ 10 cada e 500 alianças. As fichas do bolo já estão sendo vendidas na secretaria da igreja. A novidade é que este ano também terão fichas à venda no arraial de Santo Antônio para o fim de semana na Praça do Rádio, durante a noite.

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O que Santo uniu, o homem não separa

O casal a espera do Gabriel