O conclave para a escolha do novo papa acontecerá de 15 a 20 de março, anunciou o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
De acordo com o site do Vaticano, que reproduziu a declaração, os cardeais que chegarão para o conclave “só o farão a partir do dia 1º de março e nunca antes, sendo essa data aquela em que se entrará em período de sede vacante”.
O Vaticano diz ainda que na Santa Sé existe a esperança de que haja um novo papa para as Celebrações Pascais deste ano.
Federico recordou ainda da Celebração das Cinzas na quarta-feira passada, a última Eucaristia presidida por Bento XVI neste pontificado.
“O domínio, a lucidez e a serenidade do seu discurso impressionou-nos muito, assim como também na quarta-feira, nos impressionou o seu sorriso enquanto saía da celebração. Creio que o tenham notado todos. O sorriso com que o Papa concluiu a celebração, depois daquele extraordinário aplauso… Isto num tempo em que ouvimos dizer que não se de aplaudir na Igreja, pelo contrário, foi um aplauso que parecia não mais acabar”, disse.
Participarão do conclave 119 cardeais, entre eles cinco brasileiros. Todos os cardeais com menos de 80 anos são candidatos e podem votar na escolha do novo papa.
Ao todo, o Brasil tem nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
Os candidatos brasileiros são: Dom Raymundo Damasceno, atual arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Dom Cláudio Hummes, de 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo; Odilo Scherer, de 63 anos, atual cardeal arcebispo de São Paulo; Dom João Braz de Aviz, de 66 anos, que mora em Roma e é prefeito das congregações dos religiosos em Roma; e Dom Geraldo Majella Agnelo, de 79 anos, atual arcebispo emérito de Salvador (BA).
Bento XVI anunciou a renúncia ao pontificado no último dia 11 e o Vaticano afirmou que a renúncia será formalizada no dia 28 de fevereiro. Ele havia sido eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história.
O papa Bento XVI foi o quarto pontífice a renunciar ao cargo.
“Habemus papam”
No conclave, os cardeais ficam em isolamento total. Eles não têm o direito de votar em si mesmo e devem, um de cada vez, prestar juramento de respeito ao voto secreto e de aceitar o resultado.
A votação é feita em papel. Para que um papa seja eleito, o candidato deverá ter pelo menos dois terços dos votos. Em caso de impasse, uma votação pela maioria absoluta é possível.
Depois de cada sessão, os papéis da votação são queimados. Se não houver uma definição, uma substância química é adicionada aos papéis para produzir uma fumaça escura, que sai pela chaminé do telhado do Palácio do Vaticano. Se houver uma definição, a fumaça é branca.
O novo Papa deve declarar o nome que ele escolheu como pontífice. Ele é anunciado para a multidão com a frase em latim “Habemus papam”.
