A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), maior partido de oposição na Câmara e segundo maior do Congresso, discute a estratégia de não participar do colégio eleitoral, caso os parlamentares tenham que escolher um substituto para o presidente Michel Temer (PMDB).
A majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) trabalha para que a sigla feche questão e impeça que a cúpula do partido participe de uma eventual eleição indireta, no 6° Congresso Nacional do PT, que está sendo realizado até o dia 3 de junho, em Brasília.
Mesma estratégia adotada em 1985, quando o partido se absteve na disputa entre Paulo Maluf (à época PSD, hoje PP) e Tancredo Neves (Aliança Democrática), que venceu por 480 votos a 180.
Na quinta-feira (25), em reunião com lideranças do partido, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva clamou por eleições diretas “Em 1985 pagamos um preço muito alto. Mas valeu a pena”, disse Lula.
Na ocasião, o partido havia participado ativamente da campanha “Diretas Já”, e considerava ilegítima a escolha do primeiro presidente civil, depois de 21 anos de regime militar, de maneira indireta.
A bandaca do partido considera que, seja qual for o escolhido para suceder Temer, será pressionado pela base aliada do governo, que é maioria, para dar continuidade às reformas Trabalhista e da Previdência, e, consequentemente, o PT estaria dando suporte às medidas, que contrariam amplamente a vontade da população brasileira.