O futebol mundial perdeu um dos mais importantes jogadores de todos os tempos. Morreu, na manhã desta terça-feira (25), aos 72 anos, o capitão do tricampeonato mundial da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Torres. Ídolo mundial do esporte, Capita, como era chamado pelos companheiros, foi um dos maiores laterais do futebol e o capitão mais marcante que vestiu a camisa amarela.
Carlos Alberto estava em casa na Barra da Tijuca, segundo informações, fazendo palavras cruzadas, quando passou mal. Foi levado para o Hospital Riomar, onde chegou por volta das 10h (MS) com parada cardiorrespiratória, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão. “Tudo foi feito, mas não teve reanimação. Foi provavelmente um infarto agudo do miocárdio. Algumas vezes obtemos êxito. Teríamos condições de reanimar com procedimento, mas ele não nos deu essa chance. Ele já tinha algumas doenças que poderiam levar a esse fato. Sem contar a idade, 72 anos. As manobras foram adotadas naquele momento, mas não obtivemos resposta”, disse o médico Marcelo Meucci.
Pela Seleção, além da Copa do Mundo de 1970, onde marcou um antológico gol na final contra a Itália, foi campeão da Copa Rio Branco e da Taça Oswaldo Cruz, ambas em 1968, e conquistou também a medalha de ouro no Pan-Americano de 1963. No total, foram 68 partidas pela Seleção principal e quatro pela olímpica, com nove gols marcados.
Carlos Alberto Torres iniciou a carreira no Fluminense e atuou também por Santos, Botafogo e Flamengo. No exterior, ajudou a desenvolver o futebol nos Estados Unidos, atuando pelo New York Cosmos. No Tricolor das Laranjeiras, fez parte da histórica "Máquina" e foi campeão dos Cariocas de 1964, 1975 e 1976. No Peixe, atuando com o grande ídolo e amigo Pelé, viveu grande momento e conquistou inúmeros títulos, dentre eles as edições de 1965 e 1968 da Taça Brasil. Como zagueiro ou lateral-direito, Capita sempre chamou a atenção pela classe refinada.
Na função de treinador, o destaque foi semelhante ao dos tempos de atleta. Dentre os diversos clubes que comandou no Brasil e fora do país, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, o Campeonato Carioca de 1984, pelo Fluminense, e a Copa Conmebol de 1993, pelo Botafogo.
Mesmo fora dos gramados, Carlos Alberto Torres não se afastou do futebol. Trabalhando como comentarista, o Capita continuou buscando melhorias para o futebol brasileiro. Recentemente, ele foi um dos 17 membros do Comitê de Reformas do Futebol Brasileiro da CBF. Como coordenador do Grupo de Trabalho que tratou do tema "calendário", Carlos Alberto participou ativamente das discussões que resultaram no novo calendário para 2017.