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Nacional Quarta-feira, 04 de Novembro de 2020, 12:09 - A | A

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Revolta no Brasil

Caso Mari Ferrer gera revolta após ser classificado como "estupro culposo"

Durante julgamento influencer pediu respeito, após ser atacada pela defesa

Elaine Silva
Capital News

Reprodução/Instagram

Mari Ferrer

Mari Ferrer

Imagens da audiência da influencer Mariana Ferrer, de 23 anos, para julgar o empresário André de Camargo Aranha gerou grande repercussão e revolta, após ser classificado como ‘estupro culposo’, ou seja quando não há intenção de estupro. O homem é acusado de estuprar a jovem promoter em uma festa que ocorreu em 2018.

 

O caso mexeu com todo o Brasil e a revolta é predominante. No vídeo obtido pelo The Intecept Brasil, o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, responsável pela defesa do empresário, mostrou várias fotos de Mariana durante a audiência e definiu as imagens como “ginecológicas”. O advogado também disse que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Incomodada, a influencer respondeu dizendo que está de roupa nas fotos e que elas “não têm nada demais”. A jovem ainda argumentou: “A pessoa que é virgem, ela não é freira não, doutor. A gente está no ano 2020”.

 

Até a decisão do juiz ele continuou atacando Mariana. “Só aparece essa sua carinha chorando. Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”. Após essas falas, um dos membros do Tribunal de Justiça percebeu que Mariana chorava muito ao ouvir as palavras e perguntou se ela quer sair um pouco para se recompor.

 

Apesar de estar claramente emocionada, Mari responde às alegações e pediu respeito:“Eu gostaria de respeito, doutor. Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada gente, pelo amor de Deus. Eu sou uma pessoa ilibada. Nunca cometi crime contra ninguém.”

 

Em diversas redes sociais várias mulheres e homens declaram apoio a influencia e deixaram claro  sua revolta. Como é o caso da Senadora Simone Tebet (MDB-MS). Em um Twitter ela disse que o caso foi uma "cuspida na cara das brasileiras, que exigem resposta".

 

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), classifica  as cenas da audiência como "estarrecedora". E ainda relara que: "o  sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram". 

 

Conduta do Juiz: 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um procedimento nesta terça-feira (3) para apurar a condução do juiz Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), na condução de audiência do caso envolvendo a influencer. 

 

Pedido de abertura de reclamação disciplinar partiu do conselheiro Henrique Ávila, que disse ver sinais de "tortura psicológica" contra Mariana durante a audiência. Hoje, a corregedora do CNJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, autorizou a abertura do procedimento preliminar.

 

Confira o Twitter na íntegra: 

Gilmar Mendes 

 

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