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Nacional Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009, 07:45 - A | A

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009, 07h:45 - A | A

Governo divulgará novo pacote de medidas até o dia 23

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Até o dia 23, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve divulgar um novo pacote de medidas para fazer frente ao agravamento da crise econômica. A tônica das resoluções será a manutenção do crescimento e o incentivo à geração de empregos. "Os pedidos dos empresários por mais investimentos em setores como infraestrutura e construção civil serão contemplados", disse um integrante da equipe econômica do governo.

A preocupação com os indicadores mais recentes – especialmente a queda na produção industrial e a escalada das demissões – foi confirmada pelo presidente Lula em seu programa de rádio. "O governo tomará todas as medidas necessárias para que essa crise afete menos o povo brasileiro. Nós precisamos garantir empregos, garantir salários e garantir renda", disse no Café com o presidente.

Enquanto o governo burila o pacote, analistas apontam paralisia oficial frente à piora do quadro. "As medidas exigem ação rápida", diz Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp A perspectiva de uma crise ainda mais aguda no primeiro trimestre é fruto da análise subestimada da equipe econômica, segundo ele:

"Muitos, no governo e fora dele, viam o quadro como uma flutuação cíclica, para a qual seria desnecessária o corte na taxa de juros. Não se trata de uma crise da balança de pagamentos. Francamente, há limites para a burrice e para a estupidez. Lidamos com uma reversão brutal da confiança do mercado, há um colapso dos gastos em consumo e nos investimentos.

Para Belluzzo, o Brasil já está na trajetória da recessão.

"O país precisa de gastos na veia e o governo terá que brigar com disposição", diz o professor, que defende a ampliação dos investimentos feitos por órgãos como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco Central e Petrobras. "Os gastos precisam aumentar nas áreas de infraestrutura, especialmente em transportes, energia e comunicação. E a construção civil também, por causa do impacto que tem na renda das famílias. Todos geram renda e emprego – afirma.

Ainda segundo Beluzzo, nenhum economista esperava o travamento que a economia sofreu a partir de outubro.

O integrante da equipe econômica afirma que “o governo não está parado, está atuando. Não podemos soltar medidas toda semana, poderia gerar um clima de pânico. Nossa percepção sobre a gravidade da situação também não se alterou”.

"Paramos nas férias, mas já estamos finalizando as medidas".

As novas medidas devem incluir a ampliação nos cortes dos custeios públicos em prol dos investimentos diretos. O pacote pode conter medidas protagonizadas pelo BNDES, Fundo Soberano e ênfase na construção civil e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

"Só com a isenção no IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), o mercado já reagiu com crescimento de 10% nas vendas de carros em relação a novembro", afirma a fonte do governo.

Para Belluzzo, a isenção fiscal e a inclusão de novas faixas no Imposto de Renda, anunciadas em 2008, são pura maquiagem. "Isto não faz as pessoas gastarem, não toca na confiança. Um dos maiores vícios, neste momento, é a poupança".

Cortes drásticos nos juros

Para os analistas, se houvesse um manual de enfrentamento da crise, o compêndio teria, basicamente, um item consensual: corte drástico na taxa de juros.  "A confiança do consumidor, para comprar e do empresário, para investir, seria retomada se o Copom (Comitê de Política Monetária) reduzisse a taxa para 11% até junho", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores defende a redução do superávit primário para realocação em infraestrutura.

Júlio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do governo (2006-2007), defende recursos para o mesmo setor, com ênfase em saneamento e transportes. (Fonte: Jornal do Brasil)

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