Bandeira e estandarte, símbolos e identidade das escolas, fantasias, adereços e componentes dos carros alegóricos, produtos da indústria têxtil e de confecção, contribuem para que, a cada Carnaval, o samba leve à avenida a cultura brasileira, em sua máxima expressão. O Planeta assiste anualmente à grande festa de nosso país, que estimula o turismo, gera renda e empregos. “Exportamos” nossos ritmos, música, desfiles, refeições servidas nos restaurantes, diárias de hotéis, serviços e tudo o que consomem visitantes de todo o mundo que vêm ao Brasil para vivenciar este grande momento.
A indústria têxtil e de confecção tem significativa presença nos desfiles das escolas de samba. Aliás, algo análogo ao que ocorre na sociedade, considerando que produtos confeccionados e têxteis fazem parte do cotidiano de todos. É um dos setores de atividade mais diretamente presentes na vida das pessoas.
Ênfase, ainda, para a expressão artística, cultural e de memória histórica contida nas roupas, fantasias, adereços e alegorias das escolas de samba. Os enredos são resultado da soma de conhecimento, criatividade e talento dos carnavalescos, das peças têxteis e confeccionadas e da música, constituindo um conjunto dramatúrgico perfeito. Nesse sentido, cabe lembrar que metade das agremiações que desfilarão na Sapucaí, nos desfiles cariocas de domingo e segunda, tem carnavalescos formados na mais antiga instituição de ensino de artes do Brasil, a Escola de Belas Artes, fundada por Dom João VI, em 1816, com o nome original de Escola Real das Ciências Artes e Ofícios.
Essa soma de competências presente nos desfiles é uma síntese da indústria da moda, na qual o talento de estilistas, o design, as fábricas de têxteis e roupas, o trabalho de milhões de pessoas e a tecnologia integram-se numa cadeia de valor destinada a suprir uma demanda de primeira necessidade das pessoas. O Brasil tem a 5ª maior cadeia têxtil e de confecção do mundo e a maior e mais integrada do Ocidente. Detemos desde a produção das fibras, naturais e sintéticas, até os desfiles de moda, escolas, faculdades, universidades e centros de pesquisa, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e forte varejo, numa atividade com 200 anos de presença no País.
Em toda essa cadeia produtiva, o conhecimento, a formação técnica e acadêmica, como ocorre com os carnavalescos, a tecnologia e a sustentabilidade estão cada vez mais presentes e são extremamente relevantes. O setor está ingressando na era da Manufatura Avançada, na qual se encontra na Comissão de Frente, como, aliás, ocorreu na Primeira Revolução Industrial, da qual foi protagonista.
*Fernando Valente Pimentel
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
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