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Opinião Sexta-feira, 20 de Março de 2020, 19:15 - A | A

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Opinião

Coronavírus: o impacto na saúde mental e emocional

Por Dr. Leonard Verea*

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Com os casos de coronavírus (COVID-19) crescendo rapidamente, o clima geral é de medo. E é natural esse sentimento, pois como a cura para a doença ainda está sendo pesquisada, o desconforto e insegurança aumentam de forma veloz. Porém, é extremamente necessário manter a calma, para não gerar ansiedade ou crise de pânico, pois se cada um fizer a sua parte, vamos passar por essa crise com as menores consequências possíveis.

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Dr. Leonard F. Verea - Artigo

Dr. Leonard F. Verea


A Organização Mundial da Saúde (OMS) está instruindo a população em parceria com a mídia, com informações detalhadas e o passo a passo que todos devem fazer para se proteger e não disseminar o vírus. Então, diante deste trabalho alinhado, as pessoas podem seguir as orientações e aproveitar a ocasião (por mais preocupante que seja), de uma forma mais leve, dando ênfase para o lado positivo.

Sugiro aproveitar a quarentena para se redescobrir fazendo coisas novas, descobrindo talentos adormecidos, como cozinhar, costurar e até mesmo resgatar as brincadeiras de infância com os filhos, sobrinhos e netos. Aproveitar o tempo livre para assistir um filme, aprender algo novo ou absorver informações novas.

E a dica principal é usar o bom senso e evitar o pânico, pois sobrecarregar sem necessidade os hospitais, acaba prejudicando os atendimentos de emergência. Precisamos entender que o mundo está se adaptando a essa situação e o melhor é agir de forma preventiva.

Mesmo sabendo que os que fazem parte dos grupos que estão mais suscetíveis a pegar o Covid-19 são os idosos e as pessoas com a saúde debilitada, a população como um todo se sente ameaçada e amedrontada. São milhares de informações a todo o momento, sem contar as notícias falsas e tendenciosas que acabam se espalhando. É inevitável surgir um misto de insegurança e uma grande necessidade de autoproteção.

Imagine que em uma escala de valores, a crise de pânico começa com a falta de conhecimento, pois a pessoa vive em um estado de tensão que ela não controla. A partir do momento que essa ansiedade se exacerba entra uma sensação de medo, impotência, desanimo e finalmente a sensação de pânico, onde ela acredita que não tem mais saída, que não tem mais opções.

Precisamos aumentar o nosso nível de tolerância para aguentar a pressão, as cobranças e a agressão que essa situação está provocando na população como um todo.

Para as pessoas que já sofrem de algum problema emocional ou para quem é mais sensível em relação a momentos de crise, sugiro processos terapêuticos que possam contribuir para melhorar o bem-estar e a tranquilidade, a fim de superar esse momento mais tenso.

É necessário um cuidado alimentar mais criterioso, priorizando alimentos saudáveis. Também é importante investir na higiene mental, é válido estar atualizado sobre as notícias, mas buscar um equilíbrio para relaxar, como ler um bom livro ou fazer algo que dê prazer.

De uma forma geral, as pessoas são resistentes a tomar medicamentos, com medo da dependência que eles podem causar, mas é importante que entendam que o fármaco, se ministrado de maneira adequada, assim como retirado de forma correta, fará com que os episódios de ansiedade sejam enfrentados com mais equilíbrio pelo paciente e não os causará uma sensação de necessidade.

Reforço que a população não deve ficar com medo de remédios para depressão ou pânico, pois o especialista cuidará do equilíbrio e da dosagem certa para que o remédio cumpra o efeito desejado.

E, para finalizar, intensifico as dicas para aproveitar esse período para fazer coisas prazerosas. Ficar em casa pode ser um bom momento para organizar os armários ou colocar os exercícios em dias, mas também para organizar a mente, passar um tempo com a família e dar aquela respirada que tanto pedimos nos momentos de caos que a nossa rotina proporciona.

 

 

*Dr. Leonard F. Verea

Médico, formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Atua no Brasil como Psiquiatra desde 1985. Possui especialidade em Psicossomática e Hipnose Clínica e atua como Médico do Trabalho.

 

 



 


 

 

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