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Opinião Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020, 19:15 - A | A

Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020, 19h:15 - A | A

Opinião

Entre heróis e vilões

Por Oscar D’Ambrosio*

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O que significa ser um herói? Aparentemente a resposta é simples, mas tudo muda de figura quando a questão envolve a mídia, os órgãos de segurança e as vaidades pessoais dos múltiplos atores de uma situação de crise. Geralmente encontrar o culpado pode ser visto como mais importante do que combater o problema.

Unesp

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Oscar D'Ambrosio

 

“O Caso Richard Jewell”, dirigido por Clint Eastwood, trata de tudo isso – e muito mais – ao enfocar a trajetória de um agente de segurança que evitou dezenas ou mesmo centenas de mortes ao relatar a presença de uma mochila suspeita em um parque em Atlanta, EUA, durante a realização dos Jogos Olímpicos de 1996.

Essa ação preventiva, embora não tenha evitado a explosão, foi essencial para que o atentado tivesse suas consequências trágicas reduzidas. O essencial, porém, é que a necessidade de encontrar um bode expiatório e a ação da mídia sensacionalista, em busca de novos fatos a qualquer custo, acabaram por tornar o herói em principal suspeito – e ele teve que lutar muito, juridicamente, para provar a sua inocência. 

Com excelentes atuações de Paul Walter Hauser, no papel-título, e Kathy Bates, como a mãe que acompanha a glória, o massacre público e a redenção do filho, além de uma polêmica interpretação de Olivia Wilde, no papel da jornalista inescrupulosa que se vale da sensualidade e do sexo para obter informações privilegiadas, o filme envolve e emociona em seu clamor pelos injustiçados.

A devoção do protagonista pelas autoridades, assim como sua posterior decepção por elas traírem tudo aquilo em que ele acredita, é o ponto principal do filme. Esta aí o eixo de uma reflexão se devemos ou não acreditar nos dirigentes da nação e como eles tratam seus cidadãos. Esse ponto, polêmico e atual, é que torna o filme denso e necessário.

 

 

*Oscar D’Ambrosio

Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

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